Israel ataca norte de Gaza em bombardeio mais pesado das últimas semanas

Relatos de residentes e da mídia do Hamas dizem que tanques do Exército fizeram uma nova incursão a leste de Beit Hanoun; em Israel, alertas de foguetes soaram nas cidades da fronteira sul, sem registrou de vítimas

Reuters

Palestinos deslocados tentam voltar para casa no norte de Gaza - 15/4/2024 (Reuters/Ramadan Abed)

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(Reuters) – Israel bombardeou o norte da Faixa de Gaza durante a noite em alguns dos bombardeios mais pesados das últimas semanas, causando pânico entre os moradores e arrasando bairros em uma área da qual o Exército israelense já havia retirado suas tropas, disseram moradores nesta terça-feira (23).

Os tanques do Exército fizeram uma nova incursão a leste de Beit Hanoun, no extremo norte da Faixa de Gaza, embora não tenham penetrado muito na cidade, disseram os residentes e a mídia do Hamas. Os tiros atingiram algumas escolas onde os moradores deslocados estavam abrigados.

Em Israel, onde os escritórios do governo e as empresas estavam fechados para comemorar feriado judaico, os alertas de foguetes soaram nas cidades da fronteira sul, embora não tenha havido registro de vítimas.

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O braço armado da Jihad Islâmica, um grupo aliado ao Hamas, reivindicou a responsabilidade pelos ataques com foguetes em Sderot e Nir Am, indicando que os combatentes ainda são capazes de lançá-los após quase 200 dias de guerra que arrasou grandes áreas do enclave e deslocou quase todos os seus 2,3 milhões de habitantes.

Uma espessa fumaça preta podia ser vista subindo no norte de Gaza, vinda da fronteira sul de Israel. Os bombardeios foram intensos a leste de Beit Hanoun e Jabalia e continuaram na manhã de terça-feira em áreas como Zeitoun, um dos subúrbios mais antigos da Cidade de Gaza, com moradores relatando pelo menos 10 ataques em questão de segundos ao longo da estrada principal.

A oeste de Beit Hanoun, em Beit Lahiya, médicos e a mídia do Hamas disseram que os ataques atingiram uma mesquita e uma multidão que se reunia na estrada costeira para receber ajuda lançada do ar. A Reuters não pôde confirmar imediatamente esses alvos.

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“Foi uma daquelas noites de horror que vivemos no início da guerra. Os bombardeios de tanques e aviões não paravam”, disse Um Mohammad, 53 anos, mãe de seis filhos que mora a 700 metros de Zeitoun.

“Tive que me reunir com meus filhos e minhas irmãs que vieram se abrigar comigo em um só lugar e rezar por nossas vidas, pois a casa não parava de tremer”, afirmou ela à Reuters por meio de um aplicativo de bate-papo.