Irã diz que acordo nuclear expirou e que restrições ao país devem ser encerradas

Acordo foi validado em 18 de outubro de 2015, mas primeiro governo Trump retirou apoio unilateralmente e restabeleceu sanções

Roberto de Lira

Uma imagem de satélite mostra a instalação nuclear de Fordow, no Irã 24/01/2025 (Foto: Maxar Technologies/Divulgação via REUTERS)
Uma imagem de satélite mostra a instalação nuclear de Fordow, no Irã 24/01/2025 (Foto: Maxar Technologies/Divulgação via REUTERS)

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O Irã anunciou neste sábado considerar que não está mais vinculado às restrições da ONU ao seu programa nuclear. Segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do país, o prazo de 10 anos da Resolução 2231 do Conselho de Segurança das Nações Unidas terminou oficialmente neste dia 18 de outubro de 2025.

Para o governo iraniano, com isso “todas as disposições, restrições e mecanismos relacionados ao programa nuclear do Irã são encerrados a partir desta data”.

Além disso, Teerã pediu a remoção de seu arquivo nuclear da agenda do Conselho de Segurança e disse considerar que “agora deve ser tratado como o de qualquer outro Estado sem armas nucleares sob o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP)”.

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A declaração também acusou o Reino Unido, a França e a Alemanha de “má-fé” e de tentar usar os mecanismos da resolução sem aderir aos seus próprios compromissos sob o acordo nuclear de 2015.

Em 28 de agosto, França, Reino Unido e Alemanha anunciaram a ativação do mecanismo “snapback” sob o Plano de Ação JCPOA, acusando o Irã de violar seus compromissos, uma medida que se seguiu à retirada unilateral dos EUA do acordo.

Washington deixou unilateralmente o acordo em 2018 durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump e restabeleceu as sanções. Teerã então começou a intensificar seu programa nuclear.

(Com agências internacionais)