‘Interferência brutal’ e ‘pirataria’: Venezuela reage após EUA capturarem petroleiro

Caracas afirmou que ação de Trump deixa claro seu objetivo de “ficar com o petróleo venezuelano”

Paulo Barros

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, segura um chapéu enquanto participa de uma marcha com seus apoiadores em memória da Batalha de Santa Inês, no mesmo dia em que a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2025 na Noruega, em Caracas, Venezuela, 10 de dezembro de 2025. REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria/Foto de arquivo
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, segura um chapéu enquanto participa de uma marcha com seus apoiadores em memória da Batalha de Santa Inês, no mesmo dia em que a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2025 na Noruega, em Caracas, Venezuela, 10 de dezembro de 2025. REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria/Foto de arquivo

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A Venezuela elevou o tom contra os Estados Unidos após a captura de um petroleiro em águas internacionais perto da costa do país. Um comunicado do governo Nicolás Maduro classificou a ação como “intervenção brutal e ilegal” e afirmou que Washington avança sobre a soberania venezuelana.

A reação ocorreu após o presidente americano Donald Trump confirmar a apreensão. Para Caracas, a operação representa mudança qualitativa no cerco militar americano, já que interfere diretamente em exportações de petróleo, principal fonte de receita do regime.

O chanceler Yván Gil chamou o episódio de “ato de pirataria internacional” e disse que não é a primeira vez que Trump deixa claro seu objetivo de “ficar com o petróleo venezuelano”. As declarações foram motivadas também pela fala do presidente americano, que afirmou à imprensa que o navio e sua carga poderiam “ficar conosco”.

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A captura reacendeu temores na Venezuela sobre um bloqueio às exportações, cenário que especialistas classificam como ato de guerra e que poderia asfixiar ainda mais a economia do país. Caracas também observa o aumento da pressão militar dos EUA no Caribe, com deslocamento de caças, tropas e o porta-aviões USS Gerald Ford.

Maduro afirmou recentemente ter mantido conversa telefônica “cordial” com Trump, mas a intensificação das operações militares desde então levou o governo venezuelano a tratar o episódio do petroleiro como mais um passo no cerco contra seu regime. Integrantes da Casa Branca defendem endurecimento, enquanto outras alas discutem eventual entrada dos EUA na indústria petrolífera do país.

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)