Harvey Weinstein é condenado por agressão sexual em novo julgamento realizado nos EUA

Júri considera ex-produtor culpado de ato sexual criminoso; outras acusações permanecem sem veredito

Marina Verenicz

Harvey Weinstein - Steven Hirsch/Pool via REUTERS
Harvey Weinstein - Steven Hirsch/Pool via REUTERS

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O ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein foi considerado culpado de ato sexual criminoso contra a ex-produtora Miriam Haley, em julgamento realizado em Manhattan. O veredito parcial representa mais uma condenação por crimes sexuais para Weinstein, após a anulação de sua sentença de 2020 em Nova York.

O júri, no entanto, absolveu Weinstein da acusação de agressão sexual contra Kaja Sokola e não chegou a um veredito unânime sobre a acusação de estupro envolvendo Jessica Mann. Diante disso, o juiz do caso orientou os jurados a continuarem as deliberações para tentar alcançar uma decisão definitiva.

Weinstein, de 72 anos, já cumpre duas condenações por agressão sexual — uma sentença de 23 anos anulada em apelação e outra de 16 anos na Califórnia, que permanece válida.

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Durante o julgamento atual, ele acompanhou as sessões sob custódia, em cadeira de rodas, e esteve internado em um hospital de Manhattan para tratamento contra leucemia.

Clima tenso

As deliberações do júri duraram quase uma semana e foram marcadas por conflitos internos entre os jurados.

Um dos membros relatou ao juiz ter recebido ameaças veladas, como a frase “te encontro lá fora”, o que gerou preocupação em relação à sua segurança durante o processo.

Apesar das preocupações relatadas, a promotoria minimizou o episódio, afirmando que o jurado em questão aparentava estar apenas “teimoso” e não com medo.

Diversas mensagens trocadas na sala do júri indicaram pressões e atritos entre os membros, reforçando o clima de tensão durante as deliberações.

Acusações

Neste novo julgamento, Weinstein foi acusado de:

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As três mulheres prestaram relatos emocionados e explícitos em tribunal, alegando que foram atraídas por promessas de oportunidades na indústria cinematográfica, mas submetidas a violência sexual pelo então influente produtor.

A promotoria argumentou que Weinstein se aproveitava de sua posição de poder para coagir as vítimas, o que o tornou um dos principais alvos do movimento #MeToo — que, nos últimos anos, perdeu visibilidade diante de outras pautas sociais.

Defesa

Weinstein não prestou depoimento em sua defesa. Seus advogados alegaram que as relações com as vítimas foram consensuais e apresentaram provas de contato contínuo e amigável entre as partes após os supostos crimes.

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O advogado Arthur Aidala afirmou que os relacionamentos eram “mutuamente benéficos” e que as mulheres receberam audições e oportunidades na indústria do entretenimento. Ele também ressaltou a ausência de relatos contemporâneos por parte das vítimas.

Jessica Mann, no entanto, explicou que não denunciou na época por medo de retaliações e por acreditar que não seria levada a sério.