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O governo interino da Síria anunciou neste sábado (9) o fim da ofensiva militar nas regiões costeiras do país, após semanas de intensos combates que deixaram milhares de mortos. A operação, conduzida nas províncias de Latakia e Tartous, teve como alvo remanescentes das forças leais ao regime de Bashar al-Assad, deposto em dezembro do ano passado após décadas no poder e uma guerra civil que durou quase 14 anos.
A violência na região gerou forte repercussão internacional. O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, declarou estar “profundamente alarmado” com os relatos de mortes de civis e pediu que todas as partes evitem ações que possam desestabilizar ainda mais o país. O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, classificou os episódios como “extremamente perturbadores” e cobrou investigações “rápidas, transparentes e imparciais” sobre possíveis violações cometidas durante a ofensiva.
O Irã, antigo aliado do regime Assad, também manifestou preocupação. Mojtaba Amani, embaixador iraniano no Líbano, afirmou que os ataques contra comunidades alauítas em Latakia e Tartous foram “sistemáticos” e “extremamente perigosos”. Ele também criticou a incapacidade do governo interino sírio de conter a crise. “Era esperado que, após a queda de Assad, a Síria passasse por uma transição difícil, mas a escala da violência agora em curso é sem precedentes e profundamente preocupante”, disse Amani.
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O colapso do regime de Assad deixou um vácuo de poder na Síria, aprofundando a instabilidade e elevando as tensões entre grupos étnicos e facções políticas. Com a suspensão da operação militar, cresce a pressão internacional para que o governo interino avance em negociações que garantam uma transição política mais estável.
(Com informações da BBC)