EUA poderão reclassificar a maconha como substância menos perigosa, diz agência

Medida representaria marco histórico na política antidrogas dos EUA

Equipe InfoMoney

(Foto: lovingimages/Pixabay)

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A Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês) pretende reclassificar a maconha como uma droga menos perigosa nos próximos meses, segundo a agência de notícias Associated Press. Se for concretizada, a mudança iria gerar efeitos por todos os Estados Unidos e marcaria uma mudança histórica na política antidrogas do país.  

A medida da DEA tem como base a troca de classificação da planta. Atualmente, maconha está na classificação I da agência, correspondente a substâncias perigosas e de maior risco para a saúde, como heroína e LSD. A mudança seria para a classificação III, de baixo risco, a mesma usada para anabolizantes, por exemplo.

Segundo a AP, a proposta da DEA também prevê o reconhecimento dos efeitos medicinais da cannabis, o que eliminaria o último obstáculo regulatório significativo antes da maior mudança de política da agência em mais de 50 anos. 

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Entretanto, ainda existem alguns entraves burocráticos pelo caminho. Primeiro, a proposta precisa ser revisada pela Casa Branca. Depois, o DEA deve abrir uma consulta pública sobre a reclassificação, que então seria levada para a avaliação de um juiz. Só então a nova regra seria publicada.

Eleições nos EUA  

A medida poderá ajudar na campanha do atual presidente e candidato à reeleição, Joe Biden. A regulamentação do uso recreativo da maconha nos EUA é uma das principais pautas de campanha do democrata.  

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Em 2022, Biden perdoou as condenações de milhares de americanos detidos por posse individual de maconha. O presidente também pediu a governadores que tomassem medidas semelhantes para erradicar as condenações estaduais.  

“Os registros criminais por uso e posse de maconha impuseram barreiras desnecessárias ao emprego, moradia e oportunidades educacionais”, disse Biden na época. “Muitas vidas foram ceifadas por causa da nossa abordagem fracassada com a maconha. É hora de corrigirmos esses erros.” 

A revisão de classificação pela DEA poderá aumentar o apoio ao candidato entre os eleitores mais jovens e engajados no assunto.  

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Não se trata de uma legalização da maconha para fins recreativos a nível federal. As substâncias de classificação III ainda são controladas e sujeitas a regras para comercialização. Mas a medida seria seria uma atualização da política federal de drogas dos EUA, que ficou defasada frente as mudanças que ocorreram no país.  

Atualmente, 38 estados americanos legalizaram a maconha medicinal e 24 flexibilizaram seu uso recreativo. O movimento ajudou a alimentar o rápido crescimento da indústria da maconha, um mercado de quase US$ 30 bilhões, segundo a AP.

A flexibilização das regulamentações federais poderia também reduzir a carga tributária para as empresas do setor, além de facilitar a pesquisa com a planta, já que é mais difícil conduzir estudos clínicos autorizados sobre substâncias de classificação I. 

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(Com agências internacionais