EUA pedem que China pressione Irã a manter aberto o Estreito de Ormuz

Rubio afirma que bloqueio seria “suicídio econômico” e ameaça estabilidade global do petróleo

Marina Verenicz

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O governo dos Estados Unidos pediu à China que atue para dissuadir o Irã de fechar o Estreito de Ormuz, ponto estratégico por onde passa cerca de 20% de todo o petróleo transportado por via marítima no mundo. O apelo foi feito neste domingo (22) pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, após o parlamento iraniano aprovar uma medida para bloquear o tráfego no canal.

“Eu incentivo o governo chinês em Pequim a contatá-los sobre isso, porque eles dependem fortemente do Estreito de Ormuz para seu petróleo”, disse Rubio, também conselheiro de segurança nacional dos EUA, durante entrevista à Fox News.

A declaração ocorre após os EUA lançarem ataques aéreos coordenados contra instalações nucleares iranianas. A ofensiva, autorizada pelo presidente Donald Trump, atingiu as unidades de Fordow, Natanz e Isfahan, consideradas centrais para o programa de enriquecimento de urânio do Irã.

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Risco ao fluxo global de petróleo

Rubio classificou a possibilidade de bloqueio como um movimento de alto risco. “Se fizerem isso, será outro erro terrível. É suicídio econômico para eles”, afirmou. “Isso prejudicaria as economias de outros países muito mais do que a nossa.”

Segundo o parlamentar, os EUA têm “opções para lidar com a situação”, mas alertou que outros países devem se mobilizar, dado o potencial impacto sobre os mercados globais de energia. A China, principal compradora do petróleo que transita por Ormuz, é vista como um ator-chave capaz de exercer influência sobre Teerã.

A embarcação de aproximadamente 20,1 milhões de barris por dia pelo Estreito representa um quarto do fornecimento global de petróleo e 42% das importações chinesas, além de 25% do que é consumido na Europa, segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA).

Escalada regional

A tensão aumentou desde que Israel iniciou uma ofensiva aérea contra alvos iranianos em 13 de junho. O Irã retaliou com ataques a cidades israelenses, o que culminou na resposta militar dos EUA. Washington afirmou ter utilizado 14 bombas anti-bunker, mísseis Tomahawk e mais de 125 aeronaves para atingir os complexos nucleares subterrâneos iranianos.

Teerã prometeu responder, e o Parlamento aprovou a proposta de fechamento do estreito. A decisão final depende do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, que ainda não se manifestou oficialmente.

Rubio alertou que qualquer retaliação direta do Irã seria “o pior erro que já cometeram” e voltou a dizer que os EUA mantêm abertura para o diálogo, mas não tolerarão novas ameaças à estabilidade regional.