EUA dizem que atirador que baleou militar da Guarda Nacional se radicalizou no país

Suspeito afegão é acusado de matar soldado em Washington; caso acelera endurecimento migratório e paralisa decisões de asilo

Marina Verenicz

Membros da Guarda Nacional permanecem juntos atrás de uma fita amarela, após dois membros da Guarda Nacional terem sido baleados perto da Casa Branca em Washington, D.C., EUA, em 26 de novembro de 2025. REUTERS/Nathan Howard
Membros da Guarda Nacional permanecem juntos atrás de uma fita amarela, após dois membros da Guarda Nacional terem sido baleados perto da Casa Branca em Washington, D.C., EUA, em 26 de novembro de 2025. REUTERS/Nathan Howard

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A secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, afirmou que Rahmanullah Lakanwal, suspeito de matar uma integrante da Guarda Nacional em Washington, teria passado por um processo de radicalização já em solo americano.

Segundo ela, a investigação concentra-se em contatos e vínculos do afegão desde sua chegada ao país, em 2021.

Lakanwal, que atuou ao lado de forças americanas e da CIA no Afeganistão, foi detido logo após o ataque, ocorrido a poucos quarteirões da Casa Branca. Ele é acusado de atravessar o país de carro para cometer o atentado, classificado pelas autoridades como ato terrorista.

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A soldado Sarah Beckstrom, de 20 anos, morreu no hospital; o sargento Andrew Wolfe permanece internado. O Departamento de Justiça informou que o suspeito responderá por homicídio qualificado, e o governo pretende pedir pena de morte.

Debate migratório

A tragédia rapidamente se transformou em disputa política. O presidente Donald Trump e o vice JD Vance atribuíram a entrada do afegão ao governo Biden e usaram o episódio para defender novas restrições migratórias.

Organizações que atuam no tema, no entanto, afirmam que o processo de asilo de Lakanwal foi concluído já sob a atual administração republicana.

Em meio à pressão, o Serviço de Cidadania e Imigração suspendeu temporariamente todas as decisões de asilo enquanto revisa um estoque de 1,5 milhão de pedidos pendentes.

A medida reforça o endurecimento do controle migratório promovido por Trump, que voltou a defender o bloqueio permanente de imigrantes de “países do Terceiro Mundo”, além da deportação e até “desnaturalização” de estrangeiros considerados ameaça.