EUA devem anunciar plano para cais temporário de ajuda humanitária em Gaza

Segundo jornais locais, Israel concorda com a construção da doca temporária; projeto ganhou prioridade após incidente na semana passada, quando dezenas de palestinos morreram durante entrega de ajuda

Roberto de Lira

(Ahmad Hasaballah/Getty Images)

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve anunciar em seu discurso sobre o “Estado da União” na noite desta quinta-feira (7) que instruiu os militares dos EUA a embarcarem em uma missão de emergência para estabelecer um cais temporário na costa de Gaza, para permitir a entrega direta de assistência humanitária pelo Mar Mediterrâneo.

A informação foi dada por altos funcionários do governo aos repórteres em uma teleconferência. A ideia de um corredor humanitário marítimo para Gaza tem sido discutida há anos, mas nunca saiu do papel. Sempre houve relutância por parte de Israel, além de dúvidas sobre se porto voltado à pesca em Gaza estaria equipado para atracar navios de grande porte.

Mas os EUA fizeram um esforço renovado para o estabelecimento do corredor após o incidente mortal da semana passada, quando dezenas de palestinos foram mortos tentando receber ajuda no norte de Gaza.

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Segundo esses funcionários com acesso às informações, serão necessárias algumas semanas para que o cais temporário seja construído e colocado em funcionamento. Os EUA esperam que o porto se transforme numa “instalação operada comercialmente ao longo do tempo.

As autoridades também esclareceram que o projeto não exigirá tropas dos EUA no terreno em Gaza. Em vez disso, o pessoal militar dos EUA estará presente em navios offshore enquanto o cais estiver sendo construído.

Israel elogiou a intenção de construção da “doca temporária”, segundo informações do jornal The Times of Israel. “Israel apoia totalmente a criação de tal instalação”, disse o funcionário sob condição de anonimato.

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O jornal também informou que o Hamas tem atrasado um acordo de cessar-fogo de seis semanas com Israel, recusando-se a libertar os doentes, idosos e mulheres reféns que mantém em Gaza.