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WASHINGTON/TÓQUIO, 10 Dez (Reuters) – Os Estados Unidos criticaram pela primeira vez a China por ter apontado radares para aeronaves militares japonesas durante um exercício de treinamento na semana passada, um incidente sobre o qual os vizinhos asiáticos apresentaram relatos diferentes em meio à escalada das tensões.
O confronto próximo às ilhas japonesas de Okinawa ocorreu depois que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, desencadeou uma disputa com Pequim no mês passado com suas falas sobre como Tóquio poderia reagir a um hipotético ataque chinês a Taiwan.
A China reivindica Taiwan, governada democraticamente, e não descartou a possibilidade de usar a força para assumir o controle da ilha, que fica a pouco mais de 100 km do território japonês e é cercada por rotas marítimas das quais Tóquio depende.
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‘As ações da China não conduzem à paz e à estabilidade na região’, disse um porta-voz do Departamento de Estado na noite de terça-feira, referindo-se ao incidente do radar.
‘A aliança entre os EUA e o Japão está mais forte e unida do que nunca. Nosso compromisso com nosso aliado Japão é inabalável, e estamos em contato próximo sobre essa e outras questões.’
O secretário-chefe de gabinete do Japão, Minoru Kihara, elogiou os comentários, dizendo que eles ‘demonstram a forte aliança entre os EUA e o Japão’.
Falando em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Guo Jiakun evitou críticas diretas aos comentários dos EUA, reiterando que as atividades de treinamento e exercício da China estavam de acordo com a lei internacional e eram conduzidas com segurança e de forma contida.
‘Esperamos que a comunidade internacional saiba distinguir o certo do errado e não se deixe enganar pelo lado japonês. Os aliados do Japão, em particular, devem aumentar sua vigilância e não serem manipulados pelo Japão’, acrescentou.
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No final da terça-feira, o Japão enviou jatos para monitorar as forças aéreas russas e chinesas que realizavam patrulhas conjuntas ao redor do país.
Na quarta-feira, a guarda costeira do Japão disse que seus navios avistaram quatro embarcações da guarda costeira chinesa dentro do que diz ser seu território perto das disputadas ilhas Senkaku, mas administradas pelo Japão, no Mar da China Oriental, e que estava tentando fazê-las sair.
A guarda costeira da China afirmou que estava realizando uma operação ‘legal’ para proteger os direitos e interesses do país. A China chama as ilhas desabitadas de Diaoyu.
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