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Os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira (11) um novo pacote de sanções contra a Venezuela, com foco no setor de petróleo e em membros da família do presidente Nicolás Maduro. As medidas ocorrem enquanto o governo americano busca respaldo legal para apreender a carga de um petroleiro venezuelano interceptado em águas internacionais próximas ao país.
As sanções atingem três sobrinhos da esposa de Maduro e seis empresas de transporte marítimo acusadas de participar do escoamento do petróleo venezuelano, principal fonte de receita do país. O Tesouro americano bloqueou as companhias Myra Marine, Arctic Voyager, Poweroy Investment, Ready Great, Sino Marine Services e Full Happy, o que impede a realização de negócios internacionais com elas.
Paralelamente, a administração do presidente Donald Trump tenta obter autorização judicial para confiscar o petróleo transportado pelo navio Skipper, apreendido por forças americanas na quarta-feira. Segundo a Casa Branca, o navio pertence a uma frota usada no passado para contrabando de petróleo iraniano, o que embasou o mandado de apreensão da embarcação, mas ainda não da carga atualmente a bordo.
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“Existe um processo legal para a apreensão desse petróleo, e esse processo será seguido”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em entrevista a jornalistas.
O Skipper tem capacidade para até 2 milhões de barris e foi carregado quase completamente em um porto venezuelano cerca de um mês atrás, segundo dados da empresa Kpler. O valor da carga foi estimado em aproximadamente US$ 78 milhões. Antes da apreensão, o navio realizou uma transferência de cerca de 50 mil barris para outra embarcação, o Neptune 6, em alto-mar próximo a Curaçao. Esse segundo navio segue em direção a Cuba, de acordo com a Kpler.
Autoridades americanas afirmaram que o uso de forças militares e policiais para tomar posse de um navio estrangeiro em alto-mar é incomum, mas justificaram a ação pelo histórico do Skipper, já sancionado em 2022 por envolvimento no transporte de petróleo iraniano. Segundo o Departamento de Justiça, esse histórico permitiu a apreensão da embarcação.
As novas sanções também têm como alvo dois sobrinhos de Maduro que foram presos em 2015 e condenados em 2016 por tráfico de drogas nos Estados Unidos, mas que receberam clemência presidencial em 2022 e retornaram à Venezuela. De acordo com o Tesouro americano, eles continuaram envolvidos com o tráfico após o retorno ao país.
As autoridades dos EUA indicaram que as medidas podem reduzir o número de navios dispostos a carregar petróleo venezuelano, ampliando o isolamento econômico do país. Apesar disso, não houve impacto imediato nos preços do petróleo, que permaneceram em torno de US$ 58 o barril no mercado americano, refletindo o fato de que a produção venezuelana representa menos de 1% do consumo global.
