Escândalo de apostas abala o futebol turco com prisões de jogadores e dirigentes

Mandados de prisão foram cumpridos contra dezenas de envolvidos, incluindo atletas de grandes clubes, árbitros e dirigentes, em uma operação que expõe corrupção e manipulação no esporte nacional

Estadão Conteúdo

 Coletiva de Imprensa da Federação Turca de Futebol (TFF) - Istambul, Turquia - 24 de novembro de 2025 Vista geral do lado de fora da sede REUTERS/Dilara Senkaya/Foto de arquivo
Coletiva de Imprensa da Federação Turca de Futebol (TFF) - Istambul, Turquia - 24 de novembro de 2025 Vista geral do lado de fora da sede REUTERS/Dilara Senkaya/Foto de arquivo

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Promotores de Istambul emitiram, na sexta-feira, mandados de prisão contra dezenas de jogadores e dirigentes de futebol envolvidos em um escândalo de apostas que abalou a Turquia. Entre os detidos em batidas policiais realizadas na madrugada estavam atletas dos principais clubes do país: Mert Hakan Yandas, do Fenerbahçe, e Metehan Baltaci, do Galatasaray, atual campeão nacional.

Em outubro, a Federação Turca de Futebol anunciou que investigava mais de 150 árbitros das ligas profissionais por suposta participação em apostas ilegais em partidas de futebol.

A investigação rapidamente se expandiu para incluir jogadores, dirigentes, comentaristas de TV e outras figuras do esporte. No mês passado, mais de 100 jogadores profissionais, incluindo 25 da primeira divisão, receberam suspensões temporárias.

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Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral de Istambul emitiu mandados de prisão para 46 suspeitos. O gabinete do promotor informou que, até a manhã do mesmo dia, 35 pessoas já haviam sido detidas, entre elas o presidente do Ankaraspor, o vice-presidente do Antalyaspor e o ex-presidente do Adana Demirspor.

O ex-juiz e comentarista Ahmet Cakar, assim como o árbitro em exercício Zorbay Kucuk, também foram presos, conforme informou a agência de notícias DHA.

Em comunicado, os promotores afirmaram que Baltaci, que já atuou pelas seleções de base nacionais, foi flagrado apostando em jogos de seu próprio time. Já Yandas teria realizado suas apostas por meio de terceiros.

Sete pessoas, incluindo Cakar e Kucuk, foram presas após a identificação de “transações financeiras suspeitas” em suas contas bancárias.

Todos os suspeitos foram detidos com base em uma lei que visa prevenir a desordem no esporte. Essa legislação criminaliza a manipulação de competições esportivas e prevê pena de prisão de um a três anos, podendo ser aumentada caso o crime envolva mercados de apostas, dirigentes ou afete ligas profissionais.

De acordo com as regulamentações internacionais e europeias do futebol, jogadores, árbitros e dirigentes de clubes estão proibidos de apostar em jogos de qualquer nível. A Federação Turca de Futebol prometeu combater a corrupção no esporte, com o presidente Ibrahim Haciosmanoglu afirmando que protegerá o futebol turco de “escândalos, decadência e relações corruptas”.