Em Michigan, Biden é acuado por comunidade árabe e Trump é favorito contra Haley

Estado tem grande comunidade árabe-americana e há uma campanha para que democratas marquem "não comprometido" em suas cédulas, em protesto contra o apoio do governo a Israel em sua guerra contra o Hamas

Reuters

Publicidade

DETROIT (Reuters) – O apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à guerra de Israel contra o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza será posto à prova nesta terça-feira (27) em Michigan, lar de um grande eleitorado árabe-americano, onde os eleitores democratas têm sido convencidos a marcar suas cédulas com a opção “não comprometido”.

Biden e o ex-presidente republicano Donald Trump desejam ter um bom desempenho nas disputas pela indicação de seus partidos. E Michigan é considerado um Estado que deve desempenhar um papel decisivo na eleição geral em 5 de novembro.

Muitos na grande comunidade árabe-americana estão indignados, junto com alguns democratas progressistas, com o que eles afirmam ser o apoio inabalável de Biden à ofensiva de Israel em Gaza, na qual dezenas de milhares de palestinos foram mortos.

Continua depois da publicidade

Na segunda-feira (26), Biden disse que Israel havia concordado em interromper as atividades militares em Gaza durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, que deve começar na noite de 10 de março, enquanto o Hamas estudava um possível acordo de trégua que inclui uma troca de prisioneiros e reféns.

No período que antecedeu a primária, Rashida Tlaib, uma parlamentar democrata de Michigan e palestina-americana, pediu aos eleitores que não votassem em Biden nesta terça-feira e, em vez disso, marcassem “não comprometido” em suas cédulas.

A campanha de não comprometidos, apoiada por líderes árabes-americanos, tem ganhado apoio, inclusive em Dearborn, uma cidade onde quase 55% de seus 110.000 habitantes são de ascendência do Oriente Médio ou do norte da África, a maioria deles árabes, segundo o U.S. Census Bureau.

Continua depois da publicidade

No domingo, a governadora de Michigan, a democrata Gretchen Whitmer, rebateu a campanha. Ela alertou que, se os democratas não apoiassem Biden, poderiam entregar o Estado e o país a Trump em novembro.

Estado-pêndulo

Biden venceu Trump em Michigan por 2,8 pontos percentuais na eleição de 2020. Mas Trump venceu a democrata Hillary Clinton no Estado por menos de um ponto percentual quando conquistou a presidência em 2016.

Do lado republicano, Michigan alocará seus delegados para a convenção partidária de julho com base na primária desta terça-feira, abertas a todos os eleitores, e no caucus — assembleia de eleitores — de 2 de março, no qual os membros ativos do partido escolhem o candidato.

Continua depois da publicidade

As pesquisas de opinião mostram que Trump tem uma vantagem média de quase 57 pontos percentuais sobre a rival Nikki Haley, segundo o site FiveThirtyEight.

Trump derrotou Haley em todas as disputas de indicação até agora, mas Haley tem tido um bom desempenho entre eleitores moderados, expondo uma vulnerabilidade em potencial para Trump na eleição geral.