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Kilmar Abrego Garcia foi devolvido aos Estados Unidos nesta sexta-feira para ser indiciado, meses após ter sido deportado por engano para uma prisão em seu país natal, El Salvador. Ele foi indiciado em um tribunal federal no Tennessee por envolvimento no transporte de imigrantes ilegais dentro do território americano.
Segundo a acusação, Abrego Garcia e outros conspiraram entre 2016 e 2025 para trazer imigrantes ilegais de países como Guatemala, El Salvador, Honduras e Equador, que atravessavam o México antes de entrar no Texas. O júri apontou que ele realizou mais de 100 viagens, traficando milhares de pessoas. O indiciamento foi emitido em 21 de maio, mas permaneceu sob sigilo até esta sexta-feira.
O advogado de Abrego Garcia, Simon Sandoval-Moshenberg, criticou a deportação ilegal e o processo judicial, afirmando que o governo violou uma ordem judicial ao enviar seu cliente para El Salvador. “Devido ao devido processo legal, ele deveria ter tido a chance de se defender antes de ser punido, não depois”, declarou. Ele também ressaltou que o caso deveria ser julgado pelo mesmo juiz de imigração que analisou o processo em 2019.
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A administração Trump alega que Abrego Garcia é membro da gangue MS-13, considerada organização terrorista estrangeira pelos EUA, acusação que ele nega. O homem, pai de três filhos, foi detido pela Imigração em Maryland em 12 de março e deportado três dias depois, apesar de uma ordem judicial de 2019 que proibia sua remoção para El Salvador devido ao risco de perseguição.
Mesmo admitindo o erro na deportação, o governo Trump afirmou que não conseguiu trazer Abrego Garcia de volta, mesmo após uma ordem da Suprema Corte que determinou a facilitação do retorno. A controvérsia sobre o caso segue em destaque, levantando debates sobre direitos humanos e procedimentos legais em casos de imigração.