“Decepcionante”: preparativos para conclave na Capela Sistina deixam turistas de fora

Quem está agora em Roma e espera admirar a Capela Sistina não poderá ver seus afrescos monumentais de Michelangelo - o local foi fechado para "atender às exigências do Conclave"

Reuters

Cardeais da Igreja Católica participam do conclave de eleição na Capela Sistina em 18 de abril de 2005, no Vaticano, Cidade do Vaticano (Foto por Arturo Mari - Vatican Pool/Getty Images)
Cardeais da Igreja Católica participam do conclave de eleição na Capela Sistina em 18 de abril de 2005, no Vaticano, Cidade do Vaticano (Foto por Arturo Mari - Vatican Pool/Getty Images)

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Ela é uma das maravilhas do mundo, atraindo milhões de visitantes todos os anos. Mas aqueles que estão agora em Roma e esperam admirar a Capela Sistina não poderão ver seus afrescos monumentais de Michelangelo.

“Informamos que a Capela Sistina estará fechada ao público a partir de segunda-feira, 28 de abril de 2025, para atender às exigências do Conclave”, diz um comunicado conciso no site dos Museus do Vaticano.

O conclave, a reunião secreta para eleger um novo líder da Igreja Católica após a morte do papa Francisco, começa em 7 de maio, mas os preparativos para receber os mais de 130 cardeais que devem participar levam vários dias.

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“Vir de tão longe e não poder entrar em um dos principais locais é muito decepcionante”, disse Leonie Shannon, uma turista de 67 anos da Austrália.

Os tetos da capela são adornados com cenas pintadas entre 1508 e 1512 do Antigo e do Novo Testamento da Bíblia. A mais famosa é “A Criação de Adão”, na qual Deus estende o dedo para tocar a mão estendida do primeiro homem.

Michelangelo também pintou o imponente “Juízo Final” na parede atrás do altar, enquanto outros artistas renascentistas, como Botticelli, Perugino e Ghirlandaio, decoraram suas paredes laterais.

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“Essa é uma obra de arte realmente fantástica que estudamos, por isso esperávamos poder testemunhá-la em primeira mão”, disse Guo Feng, um dos integrantes de um grupo de estudantes de arte da China. “É realmente lamentável que não possamos vê-la nesta viagem. É um grande desapontamento para nós.”

Mas muitos visitantes também reconheceram as circunstâncias extraordinárias que exigiram o fechamento da parte mais popular dos Museus do Vaticano.

“Ficamos um pouco tristes (quando) soubemos que a Capela Sistina estava fechada, pois queríamos muito ver a ‘Criação de (Adão)’, certo?”, disse Ahmad Mourad, um visitante do Texas, EUA. “Mas entendemos a situação e tudo mais.”

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Mesmo sem a capela, os Museus do Vaticano contêm uma das maiores coleções de arte, desde esculturas romanas antigas até mestres dos séculos 19 e 20, como Van Gogh e Matisse.

“Teria sido incrível ver Michelangelo… quero dizer, é impressionante. Mas acho que, mesmo assim, gostamos do que vimos. Ainda havia muitas, muitas, muitas salas que poderíamos explorar… Mas sim, obviamente ficamos decepcionados”, disse a australiana Sharyn Davis.