Com eleição próxima na Índia, pesquisa mostra que geração de empregos é maior desafio

Pesquisa aponta que eleitores veem benefícios com posição global do país, mas que ganhos com o crescimento ainda não são distribuídos igualmente entre a população

Reuters

O primeiro-ministro Narendra Modi, durante de comício em Meerut, na Índia - 31/03/2024 (Reuters/Anushree Fadnavis)

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Nova Délhi (Reuters) – O desemprego e a inflação são as principais preocupações dos eleitores indianos, que irão às urnas a partir do próximo dia 19 naquela que é considerada a maior eleição do mundo, com quase 1 bilhão de votantes.

Em uma pesquisa feita na semana passada mostra que a forte liderança do primeiro-ministro Narendra Modi, a agenda nacionalista hindu de seu partido e a crescente estatura global da Índia provavelmente ajudarão na sua reeleição.

Segundo a pesquisa, no entanto, os eleitores observam que os benefícios do crescimento mundial da Índia não são distribuídos igualmente para a população de 1,4 bilhão de habitantes. A criação de empregos, apesar do impulso dado à produção doméstica nos últimos 10 anos, ainda é um desafio.

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Assim, o desemprego é a principal preocupação de 27% dos 10.000 eleitores pesquisados pela Lokniti-CSDS em 19 dos 28 Estados da Índia, com o aumento dos preços em segundo lugar, com 23%, informou o jornal Hindu.

Mas quase dois terços, ou 62% dos entrevistados, disseram que encontrar emprego ficou mais difícil nos últimos cinco anos, o segundo mandato de Modi como primeiro-ministro.

A taxa de desemprego subiu para 5,4% em 2022/23, de 4,9% em 2013/14, pouco antes de Modi chegar ao poder, e quase 16% dos jovens urbanos na faixa etária de 15 a 29 anos permaneceram desempregados em 2022/23 devido à falta de qualificação e à falta de empregos de qualidade, segundo dados oficiais.

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Financiamento de campanhas

Sobre a campanha, Modi comentou nesta segunda0-feira que a decisão da Suprema Corte da Índia de acabar com um sistema polêmico de financiamento político tem levado as contribuições aos partidos a passarem a ser feitas com “dinheiro sujo”, ou fundos ilegais.

O Tribunal descartou como inconstitucional um sistema de financiamento eleitoral em vigor há sete anos que permitia que pessoas físicas e jurídicas fizessem doações ilimitadas e anônimas a partidos políticos por meio de instrumentos chamados “títulos eleitorais”.

O financiamento corporativo de partidos políticos é um assunto delicado na Índia e, embora não haja nenhuma sugestão de que os fundos do esquema de títulos tenham sido impróprios, os partidos de oposição alegam que o governista Partido Bharatiya Janata (PBJ) usou seus poderes para coagir o financiamento.

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Modi negou as acusações e disse que as empresas também haviam feito doações para a oposição. Ele declarou ainda que o sistema era mais transparente do que os anteriores, mas acrescentou que havia espaço para melhorias.

Os dados divulgados por ordem da Suprema Corte em março mostraram que o PBJ foi o maior beneficiário do sistema que foi eliminado. O BJP recebeu metade do total de títulos vendidos no valor de 165 bilhões de rúpias (US$ 1,98 bilhão) entre janeiro de 2018 e fevereiro de 2024, segundo os dados.

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