Chilenos rejeitam em plebiscito nova tentativa de mudar a Constituição

Apuração mostrou que 55,8% votaram por não aceitar o novo texto da Constituição contra 44,2% que concordavam com a mudança

Roberto de Lira

Membros das seções eleitorais abrem as urnas durante as Eleições Constitucionais de 2023, em 17 de dezembro de 2023, em Santiago, Chile (Sebastián Vivallo Oñate/Agencia Makro/Getty Images)

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A maioria dos eleitores chilenos se posicionou neste domingo (17) contra a reforma constitucional elaborada por uma assembleia dominada por partidos conservadores e de centro-direita. No plebiscito realizado ontem, 55,8% votaram por não aceitar o novo texto da Constituição contra 44,2% que concordavam com a mudança.

Foi a segunda tentativa frustrada de mudar a Carta Magna do país: em setembro do ano passado, uma proposta mais progressista apresentada pelo governo de esquerda de Gabriel Boric tinha sido rejeitada por 62% dos eleitores.

Embora a votação de ontem tenha se configurado numa derrota para a oposição ao governo, em especial do líder da direita, José Antonio Kast, a administração de Boric evitou comemorar porque a defesa de renovar a Constituição – que remonta aos anos da ditadura de Augusto Pinochet – é uma bandeira antiga da esquerda.

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Espera-se que agora não haverá insistência num terceiro processo constitucional. “A soberania popular expressou claramente a sua vontade e a maioria votou contra. Com isto quero deixar claro que, durante o nosso mandato, o processo constitucional está encerrado. As emergências são diferentes”, disse Boric ontem à noite.

“O processo constituinte pretendia trazer esperança e acabou por gerar frustração e até tédio numa parte relevante dos cidadãos e não podemos ignorar isso”, afirmou, lamentando também que um setor tenha tentado transformar o processo em um balanço de sua administração. “Eles tentaram convencer os eleitores com campanhas terroristas e alguns até tentaram fazer desta eleição um plebiscito sobre o governo”, queixou-se.

Já Kast e seu Partido Republicano, que detinha a maioria do Conselho Constitucional, reconheceu a derrota de maneira lacônica. “Falhamos no esforço de convencer as pessoas”, disse.