Chile faz novo plebiscito para modificar a Constituição do país

Primeira tentativa aconteceu em setembro de 2022, mas texto foi rejeitado; nova proposta é mais conservadora

Roberto de Lira

Mulher vota nas Eleições Constitucionais em 17 de dezembro de 2023 em Santiago, Chile (Sebastián Vivallo Oñate/Agencia Makro/Getty Images)

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Os chilenos vão às urnas neste domingo para decidir em plebiscito se aprovam o texto de uma nova Constituição para o país – a atual remonta aos tempos da ditadura do Augusto Pinochet. Os eleitores precisam, de forma obrigatória, votar “a favor” ou “contra” o texto elaborado pelo Conselho Constitucional, que tem um viés considerado mais conservador e pró-mercado.

A população do Chile decidiu em 2020 que um novo texto constitucional deveria ser feito, mas a proposta apresentada pelo governo de esquerda de Gabriel Boric foi amplamente rejeitada em setembro do ano passado, com 62% dos votos contrários naquele primeiro plebiscito. Essa proposta assustou a maior parte da população, ao centrar em mudanças sobre direitos sociais, indígenas e com menções a questões de gênero.

Após isso, foi eleita assembleia dominada por partidos conservadores e de centro-direita, desta vez destacando temas como direitos de propriedade privada e regras mais rígidas sobre temas como imigração e direito ao aborto.

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Embora não se espere um derrota tão forte quanto à da proposta anterior, as últimas pesquisas mostraram que o novo texto também tem grandes chances de ser rejeitado neste domingo. Se o novo texto for rejeitado, a atual Constituição continuará válida.

A ex-presidente Michelle Bachelet votou nesta manhã e, embora não tenha revelado seu voto, afirmou que prefere “algo ruim a algo terrível”, o que sinalizou que teria votado contra.

Já outro ex-mandatário do país, Sebastián Piñera, argumentou que o Chile não pode continuar com esta incerteza que já dura quatro anos. “Espero que aproveitemos esta oportunidade para aprovar esta Constituição em plena democracia”, afirmou.

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