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LISBOA – O partido de extrema-direita português, Chega, emergiu como a segunda força no parlamento do país após as eleições deste domingo (18), ao lado do Partido Socialista. A sigla de André Ventura praticamente empatou em número de votos com o PS, do ex-primeiro ministro António Costa, em pleito vencido pela coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD).
Com 97% das urnas apuradas, a coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD), do primeiro-ministro Luís Montenegro, que caiu em fevereiro, é a grande vitoriosa das eleições legislativas em Portugal neste domingo (18). A AD registra 33% dos votos, enquanto o Partido Socialista (PS) e o Chega, de extrema-direita, obtêm cerca de 23% cada.
Com o resultado, o Chega ganha a mesma quantidade de assentos (58) do PS, que por sua vez registra seu terceiro pior desempenho na história, e o mais negativo desde a década de 1980.

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Trata-se demais um capítulo da ascensão meteórica do partido, que, em apenas seis anos, viu seu desempenho eleitoral disparar de 1,3% para os atuais quase 23% – igualando o número alcançado pelo PS, partido que mais governou Portugal desde o fim da ditadura, em 1974.
O pleito deste ano reforçou a penetração do partido de Ventura em locais como o Algarve, conhecido por suas praias paradisíacas, onde o Chega foi o mais votado.
“O Chega matou hoje o bipartidarismo em Portugal”, declarou Ventura a jornalistas, logo após a divulgação das primeiras sondagens. “Obrigado por terem acreditado que era possível quebrar 50 anos de um sistema político sempre igual”, afirmou.
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Nascido em Sintra, no distrito de Lisboa, em 1983, Ventura formou-se em Direito e chegou a atuar como professor universitário e funcionário da Autoridade Tributária. Também ficou conhecido como comentarista esportivo antes de se lançar na política. Iniciou sua trajetória no Partido Social Democrata (PSD), mesmo partido do primeiro-ministro Luís Montenegro, mas rompeu com a legenda e fundou o Chega em 2019.
Desde então, Ventura tem sido protagonista de controvérsias e de um discurso polarizador. Se define como liberal na economia, conservador nos costumes e nacionalista na identidade. Entre suas propostas estão penas mais severas para crimes graves, prisão perpétua, castração química para abusadores sexuais e medidas duras contra corrupção.
Seu discurso anti-imigrante, no entanto, é central na sua plataforma. Ele mira especialmente ciganos, muçulmanos, indostânicos e beneficiários de programas sociais — embora poupe os brasileiros, maior comunidade estrangeira no país. Em várias ocasiões, Ventura afirmou que Portugal tem “minorias que se acham acima da lei”.