Argentina enfrenta a partir de hoje uma série de greves setoriais de 24 horas

Paralisações começaram no sistema ferroviário de passageiros e de carga e devem se estender aos setores da saúde e educação nos próximos dias; além de recomposição salarial, sindicatos fazem pressão contra Milei

Roberto de Lira

Bandeiras da Argentina

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O transporte ferroviário da Argentina iniciou nesta quarta-feira (21) uma série de greves relâmpago de 24 horas que vão se estender por vários setores nos próximos dias. A poderosa central sindical CGT estuda ainda convocar uma greve geral.

As paralisações convocadas por sindicatos setoriais têm como foco recomposições salariais, devido à alta inflação no país estar corroendo os salários, mas estão sendo entendidas como um protesto contra as medidas econômicas adotados pelo governo de Javier Milei, que tomou posse há pouco mais de 70 dias.

O serviços ferroviários, tanto de carga como de passageiros, foi o primeiro a parar, por determinação do sindicato La Fraternidad, liderado por Omar Maturano. Ele exigem um aumento salarial entre 52% e 55%. “Não estamos exigindo nenhum aumento salarial, apenas uma recomposição do que pedimos devido ao aumento inflacionário. É uma atualização”, afirmou Maturano, segundo portal Infobae.

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Segundo o jornal La Nación, desde as 6 horas de hoje já começavam a ser vistas longas filas nos pontos de ônibus, principalmente nos subúrbios, uma vez que mais de um milhão de usuários ficaram sem o transporte de trem.

Para amanhã está prevista uma paralisação dos funcionários da saúde, o que deve afetar os cuidados em clínicas, sanatórios e hospitais privados, bem como em laboratórios e lares de idosos em todo o país.

Por sua vez, os quatro sindicatos nacionais de professores da CGT (UDA, CEA, AMET e SADOP ) ameaçam uma greve para segunda-feira (26), exatamente a data quando deveriam começar as aulas em várias províncias do país.

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A situação é crítica na educação porque está sendo discutido um novo piso mínimo para os salários dos professores em meio ao corte de envio pelo governo federal de um fundo complementar que as províncias recebiam há décadas e que foi cortado agora.

Além de atualizações salariais, os sindicatos estão em guerra com o novo governo porque, entre as medidas do megapacote econômico enviado por Milei ao Congresso,  estão a flexibilização das relações trabalhistas e a desregulamentação de sindicatos.