Advogado de defesa de Hunter Biden compara caso criminal ao trabalho de um mágico

Filho do presidente se declarou inocente de acusações criminais que incluem mentir sobre seu vício em drogas quando preencheu um documento de verificação do governo para comprar uma arma

Reuters

Hunter Biden e sua esposa, Melissa Cohen Biden, chegam ao tribunal federal em Wilmington, Delaware (REUTERS/Hannah Beier)10/06/2024
REUTERS/Hannah Beier
Hunter Biden e sua esposa, Melissa Cohen Biden, chegam ao tribunal federal em Wilmington, Delaware (REUTERS/Hannah Beier)10/06/2024 REUTERS/Hannah Beier

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Os promotores não conseguiram provar que o filho do presidente Joe Biden estava mentindo quando comprou uma arma e declarou no formulário de antecedentes que não era usuário de drogas ilegais, disse um advogado de defesa nesta segunda-feira (10), nos argumentos finais do julgamento de Hunter Biden.

O advogado de defesa, Abbe Lowell, comparou o caso acusação ao trabalho de um mágico que foca a atenção no uso de drogas de meses ou anos antes da compra da arma para criar a ilusão de que Hunter Biden era usuário de crack quando adquiriu o revólver.

“Eles misturaram todos aqueles anos antes de ele entrar na StarQuest Shooters e todos aqueles anos depois”, disse Lowell aos jurados, referindo-se à loja de armas onde ele fez a compra, em 2018.

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Hunter Biden, de 54 anos, se declarou inocente de acusações criminais que incluem mentir sobre seu vício quando preencheu um documento de verificação do governo para o revólver Colt Cobra e de posse ilegal da arma por 11 dias.

A expectativa era que o caso fosse encaminhado ao júri ainda nesta segunda-feira.

Lowell afirmou aos jurados durante sua declaração inicial que seu cliente não teve a intenção de enganar porque ele estava limpo quando comprou a arma e não se considerava usuário de drogas naquele momento.

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O caso do governo federal, o primeiro julgamento criminal de um filho de um presidente dos EUA, ofereceu na semana passada uma visão íntima dos anos de luta do jovem Hunter Biden com o vício em álcool e crack, que, segundo os promotores, legalmente o impediam de comprar uma arma.

Nos argumentos finais da acusação, o representante do governo afirmou que uma compreensão sensata do depoimento sombrio sobre o constante uso de drogas de Hunter Biden preenchia lacunas nas evidências sobre seu comportamento na época da compra da arma.

“Foi pessoal e foi feio e foi pesado”, afirmou o promotor federal Leo Wise aos 12 membros do júri sobre o depoimento de uso de drogas de Hunter Biden. “Mas também foi necessário.”

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O julgamento no tribunal federal distrital de Wilmington, Delawre, foi realizado após outro momento histórico – a condenação de Donald Trump em 30 de maio, o primeiro presidente dos EUA considerado culpado de um crime. Trump é o republicano que desafiará o democrata Joe Biden na eleição presidencial de 5 de novembro.

Trump e alguns dos seus aliados republicanos no Congresso alegaram que o caso e outros três processos criminais são tentativas motivadas por política de impedi-lo de recuperar o poder.

Democratas no Congresso citam o processo contra Hunter Biden como evidência de que Joe Biden não está usando o sistema judicial para fins políticos ou pessoais.

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Em uma audiência em 2023, Hunter Biden disse à juíza supervisionando o caso que está sóbrio desde 2019.

As orientações de sentença para as acusações contra Biden são de 15 a 21 meses, mas especialistas legais afirmam que réus em casos similares ao dele muitas vezes pegam sentenças menores e têm menos probabilidade de serem presos, se cumprirem os termos de sua liberdade provisória.