“A era da paz na Europa acabou”, diz ministro das Relações Exteriores da Ucrânia  

Dmytro Kuleba comemorou o pacote financeiro dos EUA e afirmou que o fim da guerra só será possível com apoio de todos os países aliados

Equipe InfoMoney

Dmytro Kuleba, ministro de Relações Exteriores da Ucrânia. Foto: Wikimedia Commons

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“A era da paz na Europa acabou”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, em entrevista ao jornal britânico The Guardian. Segundo ele, Kiev inevitavelmente precisará de mais ajuda para combater a Rússia e isso é algo que os aliados ocidentais precisam reconhecer.

Na terça-feira (23), o Senado dos Estados Unidos aprovou um pacote de ajuda militar à Ucrânia de US$ 61 bilhões – o pacote foi sancionado por Joe Biden nesta quarta (24). “Aleluia”, foi a reação de Kuleba à medida. O ministro afirmou estar confiante de que um pacote adicional seja aprovado, focado em armamento. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, teria discutido esse reforço com o presidente dos EUA na segunda-feira (22).

Entretanto, Kuleba criticou a atitude dos países de “expressar condolências e simpatia”, mas ficar apenas na promessa de mandar ajuda. “Nenhum pacote pode parar os russos. O que vai parar os russos é uma frente unida de toda a Ucrânia e de todos os seus parceiros”, disse o ministro ao The Guardian.

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Quando questionado sobre a possibilidade de negociação para o fim da guerra, que já se estende por dois anos, Kuleba não apoiou a possibilidade. Segundo ele, aconteceram 200 rodadas de discussões com a Rússia desde 2014, quando o país de Vladimir Putin anexou a Crimeia, até a invasão em 2022.

O ministro disse que Putin só se envolverá em negociações significativas quando sua posição militar estiver “perto do colapso”. Para chegar neste nível, ele afirma que a estratégia de Zelenskiy tem duas frentes: sucesso no campo de batalha e coalizão de países para apoiar a Ucrânia nos esforços de retirar os russos do país.

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Na terça-feira, a Ucrânia determinou que cidadãos ucranianos que estão no exterior e tenham idade de servir procurem os serviços consulares para se juntar às tropas no front. Kuleba vê a medida como justa, num momento em que os soldados nas trincheiras já estão esgotados. “Não está claro quantos ucranianos voltarão, mas é inaceitável que aqueles que estão fora do país se sentem em restaurantes enquanto outros estão morrendo”, diz.

O ministro afirma não saber quanto tempo a guerra ainda irá durar, mas diz que a cada vez que ele passa por um funeral de soldado, “duplico e triplico o meu esforço para acabar com a guerra, com a vitória da Ucrânia”.