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BRUXELAS, 9 Dez (Reuters) – Este ano deverá ser o segundo ou terceiro mais quente já registrado no mundo, potencialmente superado apenas pelo calor recorde de 2024, informou o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), da União Europeia, nesta terça-feira.
Os dados são os mais recentes do C3S após a cúpula climática COP30 do mês passado, em que os governos não conseguiram chegar a um acordo sobre novas medidas substanciais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, refletindo a geopolítica tensa, no momento em que os EUA estão revertendo seus esforços e alguns países procuram enfraquecer as medidas de corte de CO2.
Este ano provavelmente também encerrará o primeiro período de três anos em que a temperatura média global ultrapassou 1,5 grau Celsius acima do período pré-industrial de 1850-1900, quando os seres humanos começaram a queimar combustíveis fósseis em escala industrial, disse o C3S em um boletim mensal.
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‘Esses marcos não são abstratos — eles refletem o ritmo acelerado da mudança climática’, afirmou Samantha Burgess, líder estratégica para o clima no C3S.
O clima extremo continuou a atingir regiões em todo o mundo este ano. O tufão Kalmaegi matou mais de 200 pessoas nas Filipinas no mês passado. A Espanha sofreu os piores incêndios florestais das últimas três décadas devido às condições climáticas.
O ano passado foi o mais quente já registrado no planeta.
Embora os padrões climáticos naturais signifiquem que as temperaturas devem flutuar ano a ano, os cientistas documentaram uma clara tendência de aquecimento das temperaturas ao longo do tempo e confirmaram que a principal causa desse aquecimento são as emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis.
Os últimos 10 anos foram os 10 anos mais quentes desde o início dos registros, informou a Organização Meteorológica Mundial neste ano.
O limiar global de 1,5° Celsius é o limite de aquecimento que os países prometeram, sob o acordo climático de Paris de 2015, tentar impedir, para evitar as piores consequências do aquecimento.
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O mundo ainda não violou tecnicamente essa meta — que se refere a uma temperatura média global de 1,5º Celsius ao longo de décadas. Mas a ONU disse este ano que a meta de 1,5° Celsius não pode mais ser atingida de forma realista e pediu aos governos que reduzam as emissões de CO2 mais rapidamente, para limitar a superação da meta.
Os registros do C3S remontam a 1940 e são cruzados com os registros de temperatura global que remontam a 1850.