VP da Raia Drogasil: “governo federal e estados não aproveitaram as farmácias como deveriam na vacinação contra Covid”

Eugênio de Zagottis participou de live do InfoMoney e falou sobre crescimento, marketplace, M&A, dividendos, investimentos e resgate do papel das farmácias

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Líder em market share no Brasil e em franca expansão de 240 lojas por ano, a Raia Drogasil (RADL3) aposta na “nova farmácia” para continuar crescendo. O modelo físico inclui um hub de serviços, como exames e vacinas, e o bom atendimento visa capturar o cliente para que ele migre ao mundo digital — por isso, sites e apps das bandeiras do grupo ganharam investimentos, e a rede foca em uma plataforma de saúde, incluindo um marketplace onde se encontram três vezes mais itens que numa loja física convencional.

“Nenhuma outra rede conseguiu ter 20% de crescimento médio nos últimos dois anos”, disse Eugênio de Zagottis, vice-presidente da Raia Drogasil, em live do InfoMoney. “Até o fim deste ano, vamos estar em todos os estados do país. Não abrimos loja que não dê retorno. Qualquer loja que abrimos hoje, em qualquer estado, ela vai performar como as lojas que temos em São Paulo, o retorno é o mesmo. Tem que ser”, completou.

A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do segundo trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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O executivo afirmou que as farmácias voltaram a ser vistas pela população como ambientes ligados à saúde, o que acontecia antigamente. “Com o tempo, a gente passou a ser um mero comércio. Mas a pandemia fez com que as pessoas aos poucos voltassem a ver a importância desses ambientes para a área de saúde. Antigamente, os farmacêuticos eram praticamente os médicos de família, pois era muito difícil ter acesso aos médicos diplomados”, disse.

De Zagottis citou que a Raia Drogasil disponibilizou sua rede de farmácias e seus profissionais para que o governo federal, estados e municípios pudessem utiliza-los gratuitamente para aplicar vacinas contra Covid-19. E ele criticou uma falta de resposta mais efetiva quanto a isso. A Raia Drogasil já fez mais de 3 milhões de testes de Covid-19 desde o início da pandemia em suas lojas.

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“A gente se prontificou a usar nossas lojas, a disponibilizar nossos farmacêuticos para aplicar [a vacina contra Covid] e, claro, o governo só teria que fornecer as vacinas e as seringas. A gente faria todo o resto gratuitamente. Não houve nenhuma iniciativa ampla, seja federal ou estadual, que aproveitasse a farmácia da forma como eu acho que deveria ter sido aproveitada. Mas, no nível municipal, em algumas cidades, eu cito São Paulo e Porto Alegre como exemplos, a gente conseguiu fazer parcerias com as prefeituras para estender a rede de vacinação do SUS”, afirmou.

O VP da Raia Drogasil comentou ainda que as vendas online do grupo chegam a 9%, o que pode parecer um percentual ainda tímido, mas, como a receita anual da companhia chega aos R$ 24 bilhões, 9% desse total representa uma cifra em torno de R$ 2 bilhões.

Fernando Spinelli, diretor de relações com investidores da companhia, que também participou da live, comentou sobre a expansão do grupo. “Se pegar das 240 lojas que abrimos, elas estão em cerca de 70, 80 cidades novas para a companhia. Então a questão de abrir ou não lojas em shoppings deixa de ser relevante nesse caso, vale mais para grandes centros, como São Paulo”, disse.

O DRI comentou ainda que o mercado endereçável da Raia Drogasil expande para R$ 100 bilhões com a chegada do marketplace — são de 30 mil a 40 mil SKUs (itens à venda) no ambiente online contra 13 mil a 14 mil disponíveis nas lojas físicas. “Mas lembrando que só vamos vender itens relacionados à saúde, a pessoa não vai encontrar celular no nosso marketplace“, enfatizou de Zagottis.

Os executivos falaram ainda sobre uma possibilidade muito baixa de aquisições de redes de farmácias concorrentes, mas não descartaram a compra de startups de saúde que possam somar à plataforma da Raia Drogasil, como fizeram recentemente. Eles comentaram também sobre dividendos e investimentos, e descartaram uma empreitada internacional do grupo. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.