Por que o dólar turismo custa muito mais que o comercial

O dólar passou dos R$ 4 até para a cotação comercial; enquanto isso, casas de câmbio cobram até R$ 4,73 pela moeda

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Viajantes que tentaram comprar dólares no aeroporto de Cumbica nesta quarta-feira (22) se depararam com o valor de R$ 4,73 para a moeda. Enquanto isso, o valor “oficial” do dólar comercial estava consideravelmente mais baixo, em R$ 4,07. 

Essa aparente aberração não ocorre sem motivo, e nem apenas com o dólar: o valor cobrado para o papel moeda para pessoa física embute valores administrativos proporcionalmente mais altos, primeiramente porque o volume transacionado é menor do que o existente em operações feitas por bancos e instituições financeiras. Além disso, as corretoras têm suas próprias taxas transacionais.

Para adquirir moedas, o turista também precisa se dirigir a uma casa de câmbio – que, para operar, tem custos com transporte, segurança e manutenção em cofres, manutenção da loja ou serviço digital. Adicionalmente, estas empresas têm uma margem de lucro. Por tudo isso, além de o dólar turismo ser mais alto, o valor muda de endereço para endereço. 

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Uma pesquisa rápida no comparador Melhorcambio mostrou nesta quarta uma variação do preço entre R$ 4,25 e R$ 4,29 para o papel e um valor mínimo de R$ 4,45 para o cartão pré pago, tudo incluindo IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Esses valores correspondem ao VET (Valor Efetivo Total), que já contabiliza a taxa de câmbio, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente e as tarifas eventualmente cobradas na operação. Todas as instituições autorizadas a vender moeda estrangeira são obrigadas a informar o VET ao Banco Central, que disponibiliza um ranking para facilitar a consulta do comprador.

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O Banco Central proíbe que a pessoa física faça compras com dólar comercial, ou seja, sem a intermediação de instituições autorizadas. Este valor é calculado de acordo com a média das movimentações entre empresas, referentes tanto à contratação e oferecimento de serviços como à compra e venda de produtos. 

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney