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SÃO PAULO – Demonstrativo que registra os fluxos de bens, serviços e rendas de um país com o exterior, a conta de transações correntes, ao lado da conta capital e financeira, é um dos dois grandes grupos de contas que compõem o balanço de pagamento de um país, onde ficam registradas as transações econômicas internacionais.
A conta corrente, muito utilizada pelos analistas, é aquela que agrega a balança comercial, a balança de serviços e rendas e as transferências unilaterais correntes.
Balança comercial
De uma maneira geral, na balança comercial são listadas as exportações e as importações de mercadorias e serviços não fatores do país. Em outras palavras, qualquer bem ou serviço negociado com indivíduos ou empresas que não sejam domiciliados no país é contabilizado.
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Quando as exportações superam as importações, o saldo será positivo – gerando um superávit comercial – e, caso contrário, quando as compras externas superarem as vendas ao exterior, a balança comercial registrará um déficit.
Balança de serviços
O segundo item que compõe a conta corrente do balanço de pagamentos é a balança de serviços e rendas, onde são contabilizados, por exemplo, serviços financeiros, de seguros ou de transporte.
Nesta categoria também estão incluídos os dividendos e juros transferidos entre o Brasil e o exterior e, assim como na balança comercial, um saldo negativo indicará que o país importou mais serviços do que exportou, como é o caso do Brasil, atualmente.
Transferências unilaterais correntes
Fechando o grupo das transações correntes do país está o item transferências unilaterais correntes, que registra os pagamentos feitos pelos setores público e privado entre o país e o exterior.
Estes pagamentos incluem, por exemplo, recebimento ou envio de auxílio a países estrangeiros ou, ainda, a transferência de pensões privadas ou governamentais à pessoas que vivem fora do país.
Saldo em transações correntes
Quando agrupamos a balança comercial, a balança de serviços e rendas e as transferências unilaterais correntes, temos então o que é chamado de saldo em conta corrente.
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Traçando uma linha nesse ponto, é possível obter o saldo em transações correntes do país que, avaliado em termos de porcentagem do PIB (Produto Interno Bruto), revela a dimensão do déficit ou do superávit.
O caso do Brasil
No caso do Brasil, que até 1998 registrava um saldo negativo em sua conta corrente, desde 1999, quando foi adotado o regime de câmbio flutuante, foi possível verificar um ajuste gradual até que, em 2003, foi registrado um saldo positivo.
Esta reversão é explicada, basicamente, pela melhora no saldo comercial, decorrente de um aumento gradual e consistente das exportações a partir de 1999, quando a desvalorização do real trouxe aos produtos brasileiros significativos ganhos de competitividade no mercado internacional.