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Conhecido por ser uma das maiores festas do Brasil, o Carnaval também costuma gerar entre os foliões não só a preocupação com os looks escolhidos para os bloquinhos, mas também com o celular. Afinal, hoje em dia quase tudo pode ser feito por meio dele, como pagar uma conta, conversar com os amigos e até chamar o transporte.
Por isso, nos dias de festa, o aparelho acaba sendo alvo fácil para roubo, furto ou mesmo perdas. No Carnaval de 2023, somente o estado de São Paulo registrou mais de 3,4 mil roubos e furtos de celulares, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública paulista.
Mas se engana quem acredita que pode ter o aparelho subtraído apenas em grandes aglomerações. Após ter dois celulares roubados de uma só vez, quando chegava em casa após um dia de trabalho, a jornalista Marina Silvério Basteiro sentiu a necessidade de adquirir um seguro para proteger o aparelho. Ela compartilha essa experiência no episódio desta quinta-feira (15) do “Tá Seguro?”, videocast do InfoMoney que descomplica o universo dos seguros, já disponível no YouTube e nas principais plataformas de podcast.
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Marina, que mora na Grande São Paulo, conta que ao se aproximar da própria residência, após descer de um ônibus, reparou um carro estacionado perto dela e com os vidros tão escuros. “Coloquei a chave no portão e quando estava para entrar dentro de casa, saiu um homem de dentro do carro com um facão me ameaçando e pedindo a bolsa e o celular. Na época, estava trocando de celular com um na minha bolsa e o outro na minha mão. Fiquei sem reação e ele [ladrão] tirou da minha mão”, lembra.
Para se ter uma ideia do volume de casos similares ao de Marina, segundo dados do Anuário Brasileiro da Segurança Pública, cerca de 1 milhão de celulares foram roubados ou furtados em 2022 no Brasil. Somente em São Paulo foram mais de 346 mil aparelhos, estado que concentra 35% dos casos do país inteiro.
De acordo com Henrique Volpi, CEO da seguradora Kakau, as coberturas mais demandadas pelos consumidores variam conforme a região. No interior de São Paulo, por exemplo, ele diz haver uma preocupação maior com quebra do aparelho. Já na capital paulista, o maior temor é com roubos e furtos.
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“Quando tem muito roubo na Faria Lima e aparece lá na GloboNews que aumentaram os roubos, acontecem duas coisas: primeiro minha mãe me liga e fala ‘filho, você viu que tá tendo mais roubo na Faria Lima? Isso vai atrapalhar sua vida’”, ele brinca. “E as vendas [de seguro para celular] aumentam”, complementa Henrique.
Segundo Bruna Melo Pedroso, COO da corretora Ciclic, as seguradoras cada vez mais se adaptam às necessidades dos clientes e isso é muito perceptível no seguro para celular. Ela diz que “anteriormente as seguradoras cobriam apenas os casos de furto qualificado” — quando há uma abordagem, como no caso de Marina citado acima, mas atualmente já existem as coberturas para furto simples e até quebra do aparelho pelo próprio usuário.
A maior oferta de coberturas é acompanhada também pela variedade na forma de indenizar o cliente: há companhias que fazem a indenização em dinheiro correspondente ao valor do aparelho segurado, outras disponibilizam um celular 100% novo, e há aquelas que entregam ao consumidor um aparelho remanufaturado.
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“Mas acredito que tem muita coisa para melhorar. Estamos tentando criar uma tecnologia que mapeia o celular pra ver a vida útil, por exemplo”, conta Bruna. De acordo com ela, é uma tecnologia que facilitaria a obtenção, pela seguradora, das informações importantes diretamente do aparelho, sem a necessidade de o usuário fornecer os dados, para calcular o preço mais adequado do seguro para aquele aparelho específico.
Os especialistas concordam que novas tecnologias poderão baratear o custo dessa proteção securitária, até porque podem reduzir o número de fraudes (outro fator que impacta no preço). “A nova tendência que a gente enxerga é justamente isso, um mercado com mais insurtechs, corretoras e seguradoras digitais que vão ser facilitadoras de serviços digitais, como monitoramento e segurança nos aparelhos. Lá na frente vai ter gente que vai querer só proteção cibernética, só a proteção digital, porque não está muito preocupado com o aparelho”, prevê Henrique.
Outras iniciativas também podem ser benéficas, acreditam os executivos, como o programa Celular Seguro, criado recentemente pelo governo para facilitar o bloqueio pelos proprietários de aparelhos roubados, furtados ou perdidos. “Acho que futuramente pode haver uma integração muito legal com o seguro, com os dados”, opina Bruna.
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O Open Insurance é, na análise de Bruna e Henrique, uma das iniciativas que podem contribuir para reduzir o custo do seguro e incrementar o leque de benefícios aos consumidores. “Isso faz com que as instituições pensem em mais benefícios para fidelizar o cliente, então vai sempre ter mais coisas, não só o seguro, pode ter ali um cashback, fazer uma fidelização”, exemplifica a COO da Ciclic.
Henrique concorda que o acesso a um “repositório anônimo”, com dados de clientes de todas as companhias reunidos por anos, vai facilitar a redução de preços. “Talvez não perceba o valor no primeiro momento, mas, ao longo do tempo, vai perceber um valor deflacionário com relação a preço, agilidade de implantação e de indenização, e assim por diante”, acredita o CEO da Kakau.