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Susep: regulador de seguros lança painel de dados do programa de inovação no setor, o sandbox

É possível consultar informações sobre prêmios, sinistros e provisões técnicas ao longo do tempo, podendo segregar os dados por empresa e por período

Gilmara Santos

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A Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão regulador do mercado brasileiro de seguros, lançou nesta terça-feira (27) o painel do sandbox, um panorama produzido a partir de dados contábeis referentes às empresas participantes do projeto.

O sandbox é um programa da entidade no qual as empresas participantes podem criar projetos inovadores para o mercado a partir de novas e diversas metodologias e processos tecnológicos.

É como se fosse um grande teste de produtos e metodologias, mas sempre com a supervisão adequada da Susep e por um período determinado.

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No panorama apresentado hoje, é possível consultar informações sobre evolução de prêmios, sinistros e provisões técnicas ao longo do tempo, podendo segregar os dados por empresa e por período.

É importante destacar que, de acordo com a Resolução CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) 381/2020, as empresas participantes do sandbox regulatório devem cumprir todas as leis e decretos pertinentes às operações de seguros e as demonstrações financeiras deverão estar de acordo com o previsto na Lei 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações).

Os arquivos contábeis devem ser enviados em até 30 dias corridos após o término do semestre e o painel será, portanto, atualizado no segundo mês após cada semestre.

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O novo painel apresenta as informações enviadas semestralmente pelas empresas do sandbox, conforme definido no manual de envio de dados aplicável às empresas participantes do projeto, e consolida as informações que anteriormente eram disponibilizadas ao público geral de forma segregada.

Em entrevista exclusiva ao InfoMoney, Alessandro Octaviani, superintendente da Susep, enfatiza a importância sandbox para acompanhar as empresas que fazem parte do programa. “O sandbox é como política pública muitíssimo usada”, diz.

De acordo com Octaviani, a Susep tem um terceiro passo que é gerar novos concorrentes, que é uma política de redesenho dos mercados extremamente sofisticada.

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“Estamos neste momento de avaliação dessas primeiras edições para que a gente tenha esses elementos concretos”, disse Octaviani ao destacar que ainda não consegue adiantar uma data específica para a terceira fase. “Mas posso dizer que isso é prioridade para a Susep e nós estamos correndo para fazer o mais rápido que a gente conseguir”, complementa.

“Vamos buscar as mais diversas dimensões de desenvolvimento e aplicação de inovação tecnológica no mercado de seguro, não somente com o objetivo de criar novas seguradoras, mas buscando resolver as demandas tecnológicas articuladas aos riscos e interesses seguráveis, o que amplia em muito o espectro de possíveis novas empresas e produtos”, diz.

Sandbox Regulatório

Com a supervisão dos projetos no sandbox, a Susep pode avaliar os benefícios e riscos relacionados a cada inovação no setor de seguros e a necessidade de realização de ajustes, seja no modelo de negócios ou mesmo na regulamentação vigente.

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“Foram avaliados 11 projetos no primeiro edital e 21 no segundo, normativos adaptados à realidade dessas empresas foram desenvolvidos e aplicados. Dessa iniciativa, até o momento, tivemos uma empresa se transformando em seguradora plena e outras tantas acumulando muito conhecimento e experiência, extremamente valiosos para seus próximos passos”, diz Octaviani.

Para ele, a inovação tecnológica na atividade de seguros é essencial. “Com o sandbox, a autarquia desenvolve seu papel indutor de novas empresas ou produtos. Adicionalmente, a Susep tem se habilitado tecnologicamente para melhorar sua função reguladora, em programas como o SRO e o Open Insurance”, destaca o superintendente.

Gilmara Santos

Jornalista especializada em economia e negócios. Foi editora de legislação da Gazeta Mercantil e de Economia do Diário do Grande ABC.