BC barra consulta a sistema que ‘caça’ dinheiro esquecido para restabelecer site institucional

Instituição monetária diz que trabalha para o retorno das operações de seus sistemas após registrar demanda não prevista de acessos

Dhiego Maia

Fachada do Banco Central do Brasil (divulgação)

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O Banco Central comunicou, na tarde desta terça-feira (25), que suspendeu a consulta ao serviço online que permite à população checar se tem dinheiro a receber de instituições bancárias.

Desde que foi lançado nesta segunda (24), o Sistema Valores a Receber (SVR) apresentou uma sobrecarga de acessos que tirou o site oficial do BC do ar.

Por meio de nota, a instituição monetária confirmou que a alta demanda “provocou instabilidade nos sites da instituição, do Registrato e do Minha Vida Financeira”. Para estabilizar os sites, “suspendeu temporariamente o acesso ao SVR (Sistema de Valores a Receber)”.

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A instituição diz trabalhar “para que o funcionamento dos sites seja normalizado o mais breve possível e também para o retorno do SVR. Manteremos o público informado quanto a esses desenvolvimentos e pedimos desculpas pelo transtorno”.

A reportagem do InfoMoney constatou que, por volta das 21h30 desta segunda, o portal do BC não carregava e a página continha o aviso de que não podia ser acessada. Outros veículos de imprensa sinalizaram o problema já mais cedo, por vota das 21h.

O problema persistiu pela madrugada e avançou por esta terça-feira (25), com momentos entre instabilidade e inoperância completa dos sistemas digitais da autoridade monetária.

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Sistema “caça” dinheiro esquecido

Segundo o BC, cerca de R$ 8 bilhões estão sob a posse de instituições financeiras e precisam ser devolvidos a pessoas físicas ou jurídicas.

O rastreio desse dinheiro pode ser realizado por meio da funcionalidade “Valores a Receber”, que foi lançada nesta segunda e consta no Registrato (sistema do BC).

Na primeira fase de operações da ferramenta, o BC estima que cerca de R$ 3,9 bilhões de valores estejam retidos em decorrência das seguintes situações:

  1. contas-correntes ou poupança encerradas com saldo disponível;
  2. tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, desde que a devolução esteja prevista em Termo de Compromisso assinado pelo banco com o BC;
  3. cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários e participantes de cooperativas de crédito; e
  4. recursos não procurados relativos a grupos de consórcio encerrados.

“Em algumas situações, os saldos a receber podem ser de pequeno valor, mas pertencem aos cidadãos que agora possuem uma forma simples e ágil para receber esses valores”, diz, por nota, o BC.

Como usar a ferramenta

Os interessados precisam acessar a página “Minha Vida Financeira”, no site do BC e, em seguida, clicar em Valores a Receber (uma subseção da página).

Clique no último item chamado “Consulta ao Relatório Valores a Receber”. Em seguida, aperte em “iniciar consulta”, com seu número de CPF (pessoa física) ou CNPJ (pessoa jurídica).

Logo depois aperte “Iniciar consulta” e insira o número do seu CPF. Após um processo de verificação digital, o sistema vai apontar se você tem ou não valores a receber de bancos.

Se você tiver valores a receber, é preciso consultar o Registrato, com o login Registrato ou o login gov.br.

Para valores oriundos de uma conta criada antes de 2001, o sistema é outro, diz o BC. Para acessar a ferramenta específica de busca, é preciso ter em mãos o nome da instituição financeira e o número da conta de depósito.

Dhiego Maia

Subeditor de Finanças do InfoMoney. Escreve e edita matérias sobre carreira, economia, empreendedorismo, inovação, investimentos, negócios, startups e tecnologia.