Semana de 4 dias de trabalho começa em setembro no Brasil; veja lista de empresas participantes

Companhias poderão escolher quais departamentos farão parte do experimento que busca bem-estar aos trabalhadores

Equipe InfoMoney

Home office (Luca Bravo/Unsplash)

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A primeira leva de empresas inscritas no programa-piloto que busca implantar a semana de quatro dias de trabalho no Brasil foi apresentada nesta quarta-feira (30), em coletiva à imprensa realizada em São Paulo.

A iniciativa, que começou em 2019 na Nova Zelândia, ganhou força na pandemia de Covid-19 e se espalhou por países de Europa, África e América do Norte, está sob a gestão do movimento “4-Day Week”, comunidade sem fins lucrativos que conta com o apoio da Reconnect Hapiness at Work para a realização do experimento no Brasil.

As empresas já inscritas no programa são de diferentes ramos. Veja:

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Segundo o movimento “4-Day Week” já são quase 500 companhias pelo mundo testando a modalidade de jornada em que o profissional continua recebendo 100% do salário, mas trabalha 80% do tempo e, em troca, se compromete a manter 100% de produtividade. É por isso que o modelo ficou conhecido como 100-80-100.

O desafio não se restringirá apenas às leis trabalhistas locais, acentua Gabriela Brasil, diretora do “4-Day Week Global”. “A cultura do presenteísmo é muito grande por aqui, não só por parte das empresas como também dos funcionários”, salienta.

Para funcionar, a iniciativa precisará de comunicação ampla e adesão total das lideranças, reforça a diretora. “Tudo isso vai garantir maior confiança por parte dos trabalhadores, que sentirão seguros dentro do novo modelo”.

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Como será?

Cada empresa participante decidirá como vai implantar o programa e quantos departamentos entrarão na fase do projeto-piloto. Com a ajuda da “4-Day Week Global”, as companhias iniciarão, em 5 de setembro, as primeiras reuniões. Na ocasião, serão apresentados os conceitos e os passos essenciais para entrada ao projeto.

A adaptação levará três meses, para que sejam redesenhados processos de trabalho, segundo a fundadora da Reconnect, Renata Rivetti. “Tudo tem de ser feito com muito cuidado porque não queremos só propor redução de carga de trabalho, mas sim um novo modelo de negócios, que inclui resultados”, afirma a executiva.

O período de preparação estimado é de três meses, a partir das primeiras reuniões em setembro. O início efetivo dos trabalhos ficou para dezembro, com duração de até seis meses, totalizando nove meses de duração.

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O programa contará com o auxílio de renomadas instituições de ensino, como FGV (Fundação Getulio Vargas), do Brasil; Cambridge e Oxford, do Reino Unido; e o Boston College, dos Estados Unidos. Elas serão as responsáveis no auxílio aos trabalhos de reorganização das empresas e na confecção de pesquisas sobre o projeto.

A parte jurídica ficará sob a responsabilidade do escritório Clementino & Teixeira Advocacia, especializado em Direito Trabalhista. “Tudo tem de ser muito conversado e colocado às claras para trabalhadores e sindicatos, inclusive, para mostrar como vai funcionar o projeto, que é experimental”, afirma a sócia da banca, Soraya Clementino.

Especializada em escritórios flexíveis, a WeWork entrará na parceria com a oferta de espaços de trabalho em mais de 30 prédios brasileiros, sem taxa de adesão ou custo nos primeiros meses do teste.

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“Apoiamos testes e novos formatos de trabalho e acreditamos que é possível transformar as relações de trabalho. Aderimos ao projeto para ajudar no amadurecimento e na flexibilidade desse ambiente”, disse Felipe Rizzo, CEO da WeWork no Brasil.

Veja também:

Vantagens

Números colhidos entre as empresas participantes em todo o mundo apontam:

Os dados confirmam, segundo Renata, que mais saúde e motivação se revertem em maior produtividade e maior lucro para as empresas, além do diferencial na retenção de talentos. “Está comprovado que, quando a organização deixa de lado a sobrecarga de trabalho e resgata a humanidade, ela fica mais produtiva”, diz.

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Essa é justamente a aposta do Hospital Indianópolis, uma das empresas que escolheram testar a modalidade. Segundo o diretor-geral Eduardo Hagiwara, o setor de saúde foi um dos mais afetados por burnout durante a pandemia.

“Vai demandar bastante estudo para implantar uma jornada menor em um hospital. Por isso, vamos começar pelo departamento mais administrativo. Mas é necessário”, explicou Hagiwara, acrescentando que os problemas causados por um profissional de saúde exausto podem representar riscos para a vida dos pacientes.

As empresas interessadas, que ainda não se cadastraram para participar do projeto-piloto no Brasil, podem se inscrever e saber mais informações aqui.

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