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Seguro prestamista ganha terreno em cenário de inadimplência alta; veja como funciona

Proteção garante o pagamento de uma dívida caso o segurado esteja sem renda

Gilmara Santos

Orçamento: mulher observa contas e recibos

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Nos últimos anos, o Brasil atingiu recordes no número de desempregados e, mesmo com uma melhora neste quadro em 2023, a inadimplência ainda segue elevada.

Uma maneira de garantir que as contas sejam quitadas em caso de desemprego, morte ou invalidez é com a contratação do seguro prestamista, que cobre o pagamento de uma dívida caso o segurado não consiga, desde que a inadimplência decorra de algum dos eventos previstos na apólice (contrato). É um produto atrelado à obrigação assumida pelo devedor numa operação de crédito, como empréstimos e financiamentos.

“Em ocasiões como morte, invalidez ou desemprego involuntário, é comum a preocupação do segurado ou de sua família com a quitação de dívidas. E o seguro prestamista oferece tranquilidade em relação à inadimplência ou negativação de nome, uma vez que ele assegura o cumprimento do compromisso financeiro”, explica Ricardo Campos, superintendente da Bradesco Vida e Previdência.

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De acordo com Carlos Eduardo da Silva, superintendente de parcerias da seguradora Zurich, o cenário econômico de juros altos e crescimento de endividamento, fez com que os brasileiros buscassem mais o seguro prestamista já que essa modalidade garante a quitação de prestações em caso de desemprego involuntário ou invalidez temporária para trabalhadores autônomos regulamentados como médicos e dentistas. “As pessoas têm percebido que o seguro prestamista pode ajudar a proteger as conquistas que cada um tem, contribuindo assim para o planejamento financeiro individual e familiar, temas que a sociedade brasileira ainda não avançou”, comenta Silva.

De acordo com levantamento da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), os prêmios (valor pago para ter direito à cobertura do seguro contratado) arrecadados com seguro prestamista entre janeiro e novembro de 2023 foram de R$ 15,4 bilhões. Para se ter uma ideia, em 2019, esse montante era de R$ 13,7 bilhões.

Fausto Dorea, presidente do Clube dos Seguradores da Bahia, lembra que a CNI (Confederação Nacional da Indústria) prevê expansão da economia brasileira de 1,7% em 2024 e a expectativa é de que o PIB (Produto Interno Bruto) cresça 3%, o mesmo percentual de 2022. “Ao falarmos da economia no país, é preciso citar o seguro prestamista como alternativa até mesmo de uma ferramenta social, por evitar uma maior inadimplência para o segurado, além de garantir o credor”, diz Dorea.

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De olho no potencial deste mercado, a BB Seguros anunciou recentemente a expansão da oferta do seu portfólio de produtos por meio da modalidade de seguro prestamista. A solução é voltada a clientes que renegociarem empréstimos contraídos junto à instituição em diferentes modalidades, como empréstimo pessoal e consignado, por exemplo, além de cartão de crédito e cheque especial, e poderá ser contratada nas agências bancárias ou pela Central de Relacionamento da BB Seguros.

O produto tem um plano único, que cobre morte natural ou acidental. Um de seus destaques é a possibilidade de o segurado indicar um 2º beneficiário na apólice, ampliando o número de pessoas aptas a receber a indenização em caso de sinistro. Outra se situa no processo de contratação: a declaração pessoal de saúde é simplificada, o que torna mais ágil o trâmite de adesão ao seguro.

“O seguro visa a oferecer uma camada a mais de tranquilidade ao cliente que, em algum momento, precisou renegociar seus empréstimos no Banco do Brasil”, destaca Caroline Kassabian, especialista em prestamista do portfólio vida da Brasilseg, uma empresa BB Seguros. “A diminuição da burocracia para a contratação e oportunidade de indicar dois beneficiários são formas de materializar o objetivo principal do produto”, acrescenta Kassabian.

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Silva destaca que as principais razões para contratação do seguro prestamista são:

Como é feita a contratação?
O seguro prestamista pode ser adquirido de forma voluntária, sempre que houver uma tomada de crédito, seja um crédito direto ao consumidor (CDC), empréstimo pessoal, parcelamento de compras, financiamento de casa própria ou mesmo automóveis. Para tanto, é necessário que o credor tenha um contrato de oferta do seguro junto aos canais de distribuição. A adesão é sempre feita no momento da contratação do crédito.

Cobre quantas parcelas do financiamento?

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Isso pode variar de acordo com os limites de cobertura da apólice contratada, bem como o valor e a quantidade de parcelas. Conforme a cobertura, é possível que o segurado ou beneficiários recebam a indenização em pagamento único, no caso de saldo devedor por exemplo, ou mesmo um número estabelecido de parcelas da dívida.

Para quem é indicado?

O seguro prestamista é indicado para quem busca garantir a tranquilidade familiar ou manter o planejamento financeiro, no caso de perda de renda.

Quanto custa?

A formação do valor do seguro leva em consideração:

Gilmara Santos

Jornalista especializada em economia e negócios. Foi editora de legislação da Gazeta Mercantil e de Economia do Diário do Grande ABC.