Sabesp desembolsa R$ 7,4 milhões para recuperar tubulação de adutora atingida por incêndio em SP

Estrutura afetada estava inoperante devido ao baixo nível do reservatório, mas leva água do Rio Grande para o Alto Tietê, sistemas da região metropolitana

Dhiego Maia

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GONÇALVES (MG) — A Sabesp (SBSP3) terá de desembolsar cerca de R$ 7,4 milhões para recuperar uma adutora de água atingida por um incêndio recente. A estrutura faz a ligação entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê, responsáveis por abastecer a região metropolitana de São Paulo.

Cerca de 480 metros de tubulação foram queimados em um incêndio florestal ocorrido em agosto na vegetação vizinha à estrutura que capta água bruta para os dois sistemas. Segundo a empresa, a tubulação danificada pelo fogo não estava em operação e, portanto, não houve prejuízo ao abastecimento da população.

A estrutura estava momentaneamente inoperante devido à crise hídrica que atinge os principais mananciais de São Paulo e reduziu consideravelmente o nível do reservatório, que encontra-se em recuperação, informou a companhia.

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Mesmo sem funcionar, a manutenção da tubulação afetada é urgente, segundo a Sabesp, para a retomada, se necessário, da transferência de águas do Rio Grande para o Tietê, “assegurando a melhor operação do Sistema Integrado Metropolitano”.

As obras já estão em andamento, e a escolha da DP Barros, a empresa de engenharia responsável pela recuperação da estrutura ocorreu com dispensa de licitação. “A escolha [da empresa] se deu após cotação de mercado e avaliação de menor preço e condição técnica de execução”, disse, por nota, a Sabesp.

Os R$ 7,4 milhões serão usados para arcar com os serviços de reparação e a compra dos materiais, como novas tubulações.

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Transposição de água

A transposição de água entre bacias tem sido uma das saídas usadas pela Sabesp garantir a segurança hídrica da Grande São Paulo, cujos reservatórios encontram-se com níveis bem abaixo do ideal.

Nesta terça-feira (19), o Cantareira (responsável pela água que abastece 7 milhões de pessoas ao dia) operava com 28,3% de sua capacidade, o pior nível desde o colapso do sistema registrado em 2015. O Alto Tietê registrava 38,6% de água em seu reservatório; e o Rio Claro contava com 79,9%.

O sistema que abastece a região metropolitana é composto por 7 mananciais integrados (Cantareira, Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço), o que permite transferências de água entre regiões, conforme a necessidade.

A Sabesp descartou recentemente a necessidade de racionamento de água. À reportagem do InfoMoney, a empresa disse recentemente que vem realizando nos últimos anos ações que dão mais segurança hídrica, como a ampliação da infraestrutura, integração e transferência entre sistemas, além de campanhas para o consumo consciente do líquido entre a população.

A empresa destaca, por exemplo, a Interligação Jaguari-Atibainha (que traz água da bacia do Rio Paraíba do Sul para o Cantareira) e o novo Sistema São Lourenço, ambos entregues em 2018.

A capacidade de transferência de água tratada entre os diversos sistemas de abastecimento foi quadruplicada em relação ao período anterior à crise hídrica de 2014/15, passando de 3 mil litros/segundo em 2013 para 12 mil l/s em 2021. Mas apesar da estrutura criada para levar água de um reservatório para outro, falta o fundamental: água.

A proporção do que entrou no Sistema Cantareira era, até setembro, três vezes menor do que a quantidade que saiu para abastecer a população, segundo análise da própria Sabesp.

A empresa faz a gestão da captação, tratamento e abastecimento de água em 375 das 465 cidades paulistas.

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Dhiego Maia

Subeditor de Finanças do InfoMoney. Escreve e edita matérias sobre carreira, economia, empreendedorismo, inovação, investimentos, negócios, startups e tecnologia.