RFID: como fica a privacidade do consumidor com a etiqueta rastreadora?

Conheça um pouco mais sobre o dispositivo que deverá, em um futuro não tão distante, se tornar parte do seu dia-a-dia

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – As etiquetas de Identificação por Rádio Freqüência (RFID, na sigla em inglês) provocam controvérsia: se por um lado oferecem inúmeros benefícios pelo fácil acesso a dados, por outro, preocupa ativistas e consumidores por facilitarem também a invasão de privacidade e a espionagem.

Conheça um pouco mais sobre o dispositivo que deverá, em um futuro não tão distante, se tornar parte do seu dia-a-dia.

O que é e como funciona

Uma tag de RFID é uma espécie de chip que, com a ajuda de uma antena, troca informações por ondas de rádio com uma central transmissora.

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Pode ser bem pequena, pouco maior que um grão de arroz, ou ter a forma de uma etiqueta adesiva comum. Seu papel é parecido com o do código de barras: identificar o objeto.

Benefícios

Existem várias aplicações possíveis para essa tecnologia. Em um aeroporto, por exemplo, seu uso evitaria o transtorno da perda de bagagens. No âmbito hospitalar, facilitaria o monitoramento remoto do estado de saúde do paciente que tivesse um implantado no corpo.

Para autoridades, as etiquetas ajudariam a combater crimes como roubo de carga, já que os produtos extraviados poderiam ser facilmente rastreados, ou a fechar o cerco contra fraudes.

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A prefeitura de São Paulo, por exemplo, estuda a possibilidade de tornar obrigatório o uso do equipamento nos carros da cidade, para auxiliar no monitoramento do tráfego e na fiscalização de infratores das leis de trânsito ou motoristas autuados inadimplentes.

Preocupações

Apesar de todos esses benefícios, ativistas em todo o mundo estão agitados, principalmente à luz das notícias de que varejistas planejam incorporar as etiquetas aos seus produtos. Algumas das principais preocupações em torno da questão são se o consumidor será avisado quanto à presença do dispositivo ou se poderá removê-lo.

Isso porque as etiquetas podem ser lidas à distância sem que o portador seja alertado. Além de poder ser monitorado de forma ilegal e antiética pelas próprias empresas, a fim de traçar seu poder aquisitivo ou hábitos de consumo, ele pode ficar mais exposto à ação de criminosos.

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Criminosos virtuais

Hackers que conseguirem acessar às tags de forma clandestina poderão saber, por exemplo, da existência de objetos de valor etiquetados dentro de uma casa ou ainda descobrir informações acerca do patrimônio de uma pessoa instantaneamente com a ajuda de um leitor portátil.

No caso de roubo de informação à distância, o usuário ainda pode ter seu nome ligado ao dispositivo se tiver usado algum meio eletrônico na hora de comprar o produto que o contém, por exemplo. As possibilidades são inúmeras, ainda mais levando em conta a criatividade característica dos criminosos virtuais no sentido de quebrar barreiras de segurança.

Isso é uma séria ameaça às pessoas, principalmente pelo fato de que a vítima não tem a consciência de que está sendo espionada. E não são apenas os cidadãos que correm esse risco: com o RFID, a espionagem militar ou industrial fica muito mais fácil também.

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Como se proteger?

Uma das formas de se proteger da vigilância indesejada é cobrir a etiqueta com papel alumínio. Danificar a antena ou bloquear o campo elétrico são outras formas de impedir o perfeito funcionamento das tags.

Como não existe uma lei que regulamente o uso das etiquetas no País, o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) diz que ainda não pode dar recomendações aos consumidores nesse sentido.

A dica é ficar atento e criar o costume de, antes de abraçar uma nova tecnologia pelos seus aspectos positivos, analisar sempre as preocupações apontadas por especialistas.