Real digital: veja como vai funcionar a compra e a venda de títulos públicos entre investidores

Mecanismo está em fase de teste, que vai durar até março de 2024

Giovanna Sutto

(Getty Images)

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Com o projeto-piloto do Real Digital em funcionamento há um mês, o Banco Central sinalizou nesta semana como serão realizadas as transações dos ativos registrados na plataforma, como o próprio Real Digital (CBDC), o real tokenizado e os títulos públicos.

A proposta do chamado “Piloto RD”, é fazer testes simulados com compra e venda de títulos públicos nos mercados primário e secundário para avaliar o funcionamento da infraestrutura e a privacidade das transações do real digital e de depósitos tokenizados (digitalizados), que serão o dinheiro virtual carregado pelas instituições bancárias.

O período de experimentos tem previsão para durar até março de 2024. A expectativa é que o real digital seja ofertado à população até o final do ano que vem. As experiências serão feitas por meio da tecnologia DLT (Distributed Ledger Tecnology) e com ativos financeiros.

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Confira o passo a passo das transações do projeto-piloto, segundo o BC.  

Transações de compra e venda de títulos públicos

Quem participa: cliente/investidor
O que acontece: negociação de compra e venda de títulos públicos

Como funciona? 

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Considerando que os clientes já façam a transação com real tokenizado, a situação é:

Este cenário descrito acima é o mais completo que o projeto-piloto vai exercitar nessa fase de testes.

Vale lembrar que as transações de emissão, negociação, transferência e resgate durante esse período de experiência serão 100% simuladas e vão partir de pontos específicos, como considerar que o cliente já inicie a transação de venda com real tokenizado.

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“Nosso objetivo é começar com protocolos básicos. Vencidos os primeiros desafios, que envolvem transações com privacidade, partimos para protocolos mais sofisticados, como situações de oscilações de preços, por exemplo”, explicou Fabio Araújo, coordenador da iniciativa no Banco Central.

Importante mencionar que só as instituições financeiras podem transacionar o ativo CBDC neste ambiente. Por isso, há a necessidade de transformar o CBDC em real tokenizado quando a operação envolve o cliente.

Transações entre CBDCs

Quem participa: instituições financeiras
O que acontece: transferência de real digital

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Como funciona? 

O BC é o único emissor do real digital.

Considerando que uma instituição “A” tem R$ 1.000 no STR (Sistema de Transferência de Reserva, que realiza a transferência de recursos entre instituições financeiras) e quer transformar em 1.000 CBDC (real digital), a situação será a seguinte:

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Outro cenário possível é o inverso disso:

Transações com real tokenizado

Quem participa: clientes nas duas pontas
O que acontece: transferência de real tokenizado

Como funciona? 

Considerando que o cliente 1 fará um depósito à vista em real tokenizado e quer transferir o valor para um cliente 2, temos:

Segundo Fabio Araújo, coordenador da iniciativa no Banco Central, não está no escopo de testes a transferência com uma das pontas fora da rede DLT. Todos os participantes precisam estar na plataforma do real digital.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.