Reações por resfriado comum ajudam contra Covid-19, aponta estudo

Níveis altos de células do sistema imunológico, que combatem alguns resfriados, também ajudaram com que as pessoas ficassem menos propensas à Covid

Bloomberg

Coronavírus (Getty Images)

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Níveis altos de células do sistema imunológico que combatem alguns resfriados comuns também ajudaram com que as pessoas ficassem menos propensas a contrair a Covid-19, mostra estudo.

Pesquisadores descobriram níveis mais elevados de células T contra certos resfriados em pessoas que não desenvolveram Covid apesar de viverem com alguém que estava com a doença, de acordo com estudo divulgado nesta segunda-feira (10) pela Imperial College de Londres, no Reino Unido. As doenças foram causadas por outros coronavírus relacionados ao SARS-CoV-2.

Os resultados, publicados na revista Nature Communications, fornecem mais evidências quanto aos efeitos protetores das células T, um braço do sistema imunológico que está ganhando atenção conforme a pandemia se estende até seu terceiro ano e novas variantes como a ômicron minam a proteção da vacina.

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“Ser exposto ao vírus SARS-CoV-2 nem sempre resulta em infecção, e estamos ansiosos para entender o porquê”, disse Rhia Kundu, o principal autor do estudo e pesquisador do Instituto Nacional do Coração e Pulmão da Imperial. “Descobrimos que altos níveis de células T pré-existentes, criadas pelo corpo quando infectadas com outros tipos de coronavírus, como o resfriado comum, podem proteger.”

Os cientistas do Reino Unido analisaram amostras de sangue de 52 pessoas que viviam com alguém que testou positivo para Covid, das quais metade não foi infectada. Isso mostra o papel protetor das células T induzidas por outros coronavírus pela primeira vez, eles disseram.

Em comparação com os anticorpos, as células T tendem a sobreviver por mais tempo no corpo e podem matar as células infectadas, prevenindo doenças graves. Elas também tendem a atacar uma gama mais ampla de patógenos do que os anticorpos, o que permite um maior grau de proteção cruzada entre diferentes vírus ou cepas, disse Peter English, ex-presidente do comitê de medicina de saúde pública da British Medical Association, em comentários publicados no Science Media Center do Reino Unido.

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Vacina Universal

Os anticorpos produzidos pelas vacinas contra a Covid-19 bloqueiam a proteína spike, que o vírus usa para entrar nas células. As doses tendem a perder eficácia quando a spike sofre mutações significativas, como aconteceu com a variante ômicron.

Mas as células T produzidas em resposta a outros coronavírus têm como alvo as proteínas internas do SARS-CoV-2, disseram os cientistas. Uma abordagem semelhante poderia ajudar no desenvolvimento de uma vacina universal que poderia prevenir a infecção de variantes atuais e futuras, segundo os autores.

“As proteínas internas direcionadas pelas células T protetoras que identificamos sofrem muito menos mutação”, disse Kundu, da Imperial. “Novas vacinas que incluem essas proteínas internas conservadas, portanto, induziriam respostas de células T amplamente protetoras que devem proteger contra variantes atuais e futuras”.

Há ressalvas sobre os resultados. O estudo foi pequeno e 88% dos participantes eram de etnia branca europeia, segundo comunicado. A melhor maneira de as pessoas se protegerem contra a Covid ainda é se vacinarem, incluindo com a dose de reforço, disse Kundu.

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