Queimadas em SP atingem 48 municípios e fumaça afeta moradores; como se proteger?

Segundo o governo estadual, duas pessoas morreram e mais de 800 tiveram de deixar suas casas

Maira Escardovelli

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Desde que as medições do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) começaram, há quase 30 anos, este é o mês de agosto com mais registros de focos de incêndio. Na última sexta-feira (23), cidades do interior de São Paulo, que não costumam sofrer com queimadas em excesso, tiveram 1.886 focos de calor. Não há registros de novos focos até o momento, mas 48 municípios do estado seguem em alerta máximo, de acordo com o monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil.

Apesar de dados de internações diretamente causadas pela intoxicação de fumaça ainda estarem sendo contabilizados, já são inúmeros os relatos de pessoas que foram afetadas pela inalação de substâncias que são liberadas durante a combustão da vegetação, como como o dióxido de carbono, monóxido de carbono e hidrocarbonetos.

Segundo o governo estadual, duas pessoas morreram e mais de 800 tiveram de deixar suas casas desde que os primeiros focos de incêndio foram detectados. Neste domingo (25), o governador Tarcísio de Freitas anunciou um plano emergencial para ampliar os atendimentos nas regiões mais afetadas.

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Coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP-USP), o pacote prevê o aumento dos serviços de telemedicina, com médicos do HC que ficarão disponíveis 24 horas por dia para orientar as equipes de saúde e encaminhar os casos mais graves para hospitais de referência.

Impacto dos gases tóxicos à saúde

Além dos efeitos mais comuns, como tosse, falta de ar, chiados no peito e palpitações, doenças preexistentes podem ser agravadas nesse momento.

O pneumologista Ricardo Martins destaca a asma, rinite alérgica, bronquite crônica, enfisema e infarto agudo do miocárdio. É importante procurar atendimento médico quando há tosse persistente e falta de ar.

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“Os gases eliminados são tóxicos e vão competir na atmosfera com o oxigênio. Pode haver uma redução da fração atmosférica inalável de oxigênio, e desta forma promover dificuldades para a pessoa respirar, principalmente aqueles com doenças preexistentes respiratórias ou cardiovasculares”, explica Ricardo Martins, membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia.

“E as partículas, se inaladas, podem promover uma intensa reação inflamatória que pode se propagar para os outros órgãos do corpo humano”, completa Ricardo.

Em situações como essa, o que se encontra com mais frequência são efeitos agudos, mas, segundo o pneumologista, a depender do teor de gases e partículas inaladas, existe a possibilidade de desenvolvimento de doenças crônicas respiratórias.

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“Há alguns trabalhos que relatam o desencadeamento de partos prematuros e o nascimento de crianças com baixo peso em gestantes que têm contato com áreas de queimadas”, afirma Ricardo.

Como se proteger

Entre as medidas de proteção para estes momentos, o pneumologista recomenda:

Acompanhadas de kits de higiene, a disponibilização de máscaras e água potável para os as populações mais vulneráveis fazem parte do pacote de ações previsto pelo governador do estado.

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