Programa do governo paga até R$ 30 mil por caminhão velho

Governo federal pretende publicar nesta semana a Medida Provisória que cria o Renovar, programa de renovação da frota de veículos antigos

Estadão Conteúdo

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O governo federal pretende publicar nesta semana a Medida Provisória que cria o Renovar, programa de renovação da frota de veículos antigos. O plano está em discussão com montadoras e outros segmentos do setor há mais de 20 anos e terá início por caminhões, ônibus e implementos rodoviários.

Segundo o Ministério da Economia, a iniciativa será de caráter voluntário e é voltada à reciclagem veicular, ao incremento da produtividade e à eficiência logística. O proprietário que entregar o veículo em pontos de desmanche credenciados por órgãos de trânsito receberá o valor vigente no mercado.

“Todas as transações serão realizadas na Plataforma Renovar, um ambiente virtual no qual poderá ser efetuado o registro das operações relativas ao desmonte ou destruição, como sucata dos bens elegíveis e a utilização dos benefícios concedidos no âmbito do programa”, diz o ministério.

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Já houve várias promessas do governo de iniciar o programa, mas ele sempre foi protelado. Montadoras acreditam que a MP será assinada só em abril, pois faltam detalhes a serem definidos.

Grupos envolvidos no projeto afirmam que há cerca de 460 mil caminhões com mais de 20 anos no país. A última pesquisa sobre a idade média da frota brasileira, feita anualmente pelo Sindipeças (sindicato das empresas de autopeças), indica que havia 2,05 milhões de caminhões em circulação no Brasil em 2020, dos quais:

Projeto piloto

“Frota muito velha representa custo grande em emissão de poluentes e problemas de veículos parados nas estradas, prejudicando a mobilidade e muitas vezes causando acidentes por falta de manutenção”, afirma George Carloto, gerente de Vendas da Iveco.

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A fabricante de caminhões e ônibus sediada em Sete Lagoas (MG) venceu licitação da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) para criar um projeto piloto e testar a implementação do programa de renovação de veículos pesados. Em parceria com uma de suas concessionárias, a Deva, também de Minas Gerais (que já atua com reciclagem de veículos), a Iveco começou a adquirir no mercado 50 caminhões com mais de 30 anos para iniciar a operação.

Quem entregar o caminhão para a reciclagem receberá um crédito entre R$ 20 mil (se for um modelo de menor porte) e R$ 30 mil (se for semipesado ou pesado). Segundo Carloto, o proprietário poderá usar o dinheiro como parte do pagamento de um veículo mais novo ou para outras finalidades.

Parte do valor virá de subsídios da ABDI e parte, da Iveco e da Deva — que, após triturar o veículo antigo e separar componentes como aço, borracha, vidro e resíduos de lubrificante, poderá vendê-los para empresas que precisam das matérias-primas. “Não vai existir reaproveitamento nenhum de peças”, diz Carloto.

O objetivo, segundo a ABDI, é testar o modelo negocial e operacional de reciclagem veicular, seguindo os preceitos da economia circular. Os resultados desse projeto poderão ser usados pelo governo como insumo para elaboração da política pública de renovação de frota.

Também está em curso o desenho de outro projeto piloto para testar os mesmos conceitos em ônibus, segundo o Ministério da Economia. A pasta diz que já existe infraestrutura para desmanche e reciclagem de veículos, serviço que será realizado por empresas privadas que atendam requisitos definidos na lei que regula a desmontagem.

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