Procon: empréstimo pessoal ficou mais barato em agosto

Taxa média dos empréstimos pessoais caiu de 5,72% ao mês para 5,69% ao mês. Itaú cobra taxa mais alta (6,95%), enquanto Santander foi único a subir juros

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SÃO PAULO – O Procon-SP divulgou há pouco os resultados da pesquisa sobre as taxas de juros bancárias referentes ao início do mês de agosto, nos dia 7 e 8. No total treze instituições financeiras fizeram parte da pesquisa: Banco Bilbao Viscaya Brasil (BBV), Banco do Brasil, Banespa, BCN, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Mercantil de São Paulo, Nossa Caixa Nosso Banco, Real, Santader e Unibanco. O período de coleta dos dados foi de 05 a 06 de junho.

De acordo com o levantamento, a taxa registrada no início de agosto para os empréstimos pessoais ficou ligeiramente abaixo daquela de julho, caindo de 5,72% ao mês para 5,69% ao mês. A pesquisa avaliou as taxas cobradas nos empréstimos pessoais com prazo de contrato de até 12 meses e nos cheques especiais num período de 30 dias. Os dados levantados pelo Procon só levaram em consideração as taxas máximas pré-fixadas cobradas dos clientes (pessoa física) não preferenciais.

Vale lembrar que a redução de 0,03 ponto percentual frente a um corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros da economia, que em julho caiu de 18,5% ao ano para 18% ao ano, ainda é insignificante e reflete a situação da inadimplência entre os consumidores, que apesar de ter registrado certo recuo em julho segue alta.

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Itaú tem empréstimo pessoal mais caro

Dentre os bancos analisados, a maior taxa cobrada era a do Itaú, que manteve a sua taxa em 6,95%. Em contrapartida, a Nossa Caixa apresentou a melhor taxa, cobrando apenas 3,95% pelo mesmo tipo de financiamento.

No total, duas instituições optaram pela redução dos juros cobrados: Banco Real e o BBV. No caso do BBV os juros caíram de 4,50% para 4,20% ao mês, uma retração de 0,30 ponto percentual. Já o Banco Real que havia aumentado suas taxas em junho e julho optou por um corte, baixando as taxas de 6,20% em julho para 5,95% em agosto.

Já o Santander foi a exceção optando pelo aumento das taxas cobradas, que subiram 0,15 ponto percentual passando de 5,90% ao mês para 6,06% ao mês. Nas demais instituições financeiras os juros acabaram sendo mantidos em relação ao de julho.

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Juros devem permanecer elevados

Diante da deterioração do cenário econômico nas últimas semanas, com forte alta do dólar e aumento do risco país, as chances do Banco Central cortar a taxa básica de juros, que atualmente se encontra em 18,50% ao ano, diminuíram significativamente. Ainda que o BC opte por novos cortes nos juros nos próximos meses, como forma de reativar a economia, estes cortes não deverão ser repassados para o consumidor enquanto não houver uma redução significativa da inadimplência do mercado.

Em alguns bancos, o nível de inadimplência nas carteiras de créditos chegou a 30%, o que acabou forçando estas instituições a adotar uma política mais restritiva na hora de conceder novos empréstimos. Muitos varejistas apostam em uma redução no nível de inadimplência para 2002, o fato é que o volume de títulos protestados subiu quase cerca de 10% nos primeiros meses de 2002 em relação ao registrado no mesmo período em 2001. Desta forma, enquanto a queda da inadimplência não se confirmar, os juros devem permanecer elevados, e a melhor recomendação para o consumidor é evitar a todo o custo os financiamentos.