Poupança tem pior rendimento real em 12 meses desde setembro de 2003

Descontando a inflação, a caderneta rendeu -3,21% nos 12 meses até fevereiro, segundo levantamento da Economática

Mariana Segala

Ilustração sobre poupança (Prostock-Studio/ Getty Images)

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SÃO PAULO – Nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, a poupança teve rendimento real – ou seja, descontando a inflação – negativo de 3,21%, segundo levantamento realizado pela consultoria Economática.

Fruto da redução da taxa de juros básicos da economia (Selic), esse foi o pior rendimento real da caderneta para períodos de 12 meses desde setembro de 2003. O indicador de inflação usado como referência foi o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)

A rentabilidade real é um indicador importante para avaliar um investimento porque indica se ele é capaz de recompor a perda de poder de compra para o investidor. Por isso, aplicações que rendem abaixo da inflação – como é o caso da poupança – são consideradas opções ruins pelos especialistas.

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Apenas no mês de fevereiro, a poupança teve perda real de 0,74%, maior do que a de 0,72% registrada pela taxa do CDI, principal referência para investimentos de renda fixa. Foi o sexto mês consecutivo de rentabilidade real negativa na caderneta.

(Economática)

Remuneração da caderneta

Até maio de 2012, a remuneração da poupança era fixa em 0,5% ao mês mais a variação da Taxa Referencial (TR). Desde lá, porém, a regra mudou. Atualmente, sempre que a Selic está abaixo de 8,5% ao ano – como é o caso atualmente – a rentabilidade da caderneta é equivalente a 70% da taxa mais a TR.

Com a queda da Selic, que está no menor patamar da história, a 2% ao ano, a consequência para a poupança foi a redução da remuneração para níveis bem abaixo da inflação.

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Mesmo com rendimento insuficiente até mesmo para recompor o poder de compra dos investidores, a caderneta ainda concentra um volume grande de investimentos dos brasileiros. Os dados mais recentes do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) indicam que existem atualmente cerca de 234 milhões de contas de poupança no país.

E mais: cerca de 22 mil poupanças mantinham aplicações acima de R$ 1 milhão em janeiro deste ano, um número 28% maior do que um ano atrás. Os endinheirados somam R$ 46,5 bilhões guardados na caderneta, um valor que cresceu 17% no período, como mostrou reportagem recente do InfoMoney.

Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney