Comprar a casa própria é o desejo de 40% dos investidores LGBTQIA+, patamar bastante superior ao de heterossexuais que almejam a aquisição de um imóvel com o dinheiro aplicado (28%), segundo os dados da 5ª edição do raio X do investidor brasileiro, divulgados nesta terça-feira (28).
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Ter dinheiro guardado para emergências aparece em seguida, com o mesmo percentual para ambos os grupos (20%). Outros 12% dos investidores LGBTQIA+ gostariam de usar o valor aplicado para fazer uma viagem, um passeio ou atividades de lazer, percentual maior do obtido por heterossexuais (7%).
A pesquisa foi contratada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e realizada pelo Instituto Datafolha com 5.878 pessoas, nas cinco regiões do país, entre 9 e 30 de novembro de 2021.
Desses, 1.761 entrevistados foram considerados investidores e 1.522, pessoas que procuram informações sobre o tema. A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Destino que dará para o retorno das aplicações | População total | LGBTQIA+ | Heterossexuais |
Comprar um imóvel/casa própria | 29% | 40% | 28% |
Manter aplicado/ter dinheiro guardado para emergências/segurança | 20% | 20% | 20% |
Comprar um carro/moto/caminhão | 8% | 9% | 8% |
Investir em um negócio próprio | 8% | 5% | 8% |
Usar na sua velhice/aposentadoria | 8% | 6% | 8% |
Fazer uma viagem/passeio/atividades de lazer | 7% | 12% | 7% |
Educação, como estudar, fazer um curso, pagar um curso para alguém (filho, neto) | 7% | 9% | 7% |
Não sabe | 7% | 5% | 7% |
Base: 1.761 investidores entrevistados
Os dados foram divulgados nesta terça, quando é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. A data é comemorada todo 28 de junho em homenagem à revolta no bar Stonewall Inn, em 1969, que se tornou um símbolo da luta diária e da resistência de gays, lésbicas, bissexuais e transsexuais, entre outras identidades, pela conquista de direitos, respeito e dignidade.
Mais conectados e digitais
A pesquisa Datafolha também aponta que o público LGBTQIA+ é mais conectado e recorre mais a meios digitais, tanto para aplicar seu dinheiro quanto na busca por informações sobre investimentos.
Quando questionados sobre o principal meio utilizado para fazer um aporte financeiro, eles deram como principal resposta o aplicativo do banco (42%), à frente de pessoalmente no banco (38%) e de aplicativos de corretoras de investimentos (7%).
Entre as principais fontes de informações para decidir qual é o melhor produto financeiro para investir, os bancos tradicionais ainda ocupam a liderança tanto para o público LGBTQIA+ quanto para os heterossexuais, embora o patamar de dependência seja diferente (34% a 42%).
Além disso, os gays têm percentuais maiores de consumo de informação sobre investimentos em portais/sites/blogs (21%, contra 18% dos héteros), em bancos digitais/carteiras digitais/app de pagamento (16% a 8%) e através de influenciadores/canais (15% a 9%).
Fontes de informação sobre investimentos | População total | LGBTQIA+ | Heterossexuais |
Bancos tradicionais | 41% | 34% | 42% |
Portais/sites/blogs | 18% | 21% | 18% |
Influenciadores/canais | 9% | 15% | 9% |
Bancos digitais/carteiras digitais/app de pagamento | 9% | 16% | 8% |
Redes sociais | 6% | 9% | 5% |
Jornais e revistas | 5% | 5% | 5% |
Rádio e televisão | 5% | 3% | 5% |
Corretoras | 5% | 2% | 5% |
Cooperativas de crédito | 2% | 2% | 2% |
Plataformas/Softwares | 2% | 2% | 2% |
Não sabe/não lembra | 7% | 10% | 6% |
Não busca informações nos meios estimulados | 20% | 15% | 19% |
Base: 1.522 entrevistados que buscam informação (pergunta estimulada, com múltiplas respostas)
A mesma abertura para o digital é observada nas respostas espontâneas e sobre canais específicos de mídia que os entrevistados LGBTQIA+ procuram por informações sobre investimento. Os destaques foram o YouTube (45%) e o Instagram (32%).
Os gays também estão mais dispostos a investirem neste ano: 53% responderam que pretendiam fazer aportes em 2022, contra 48% dos heterossexuais e 47% da população geral.
Canais que usa para buscar informações sobre investimentos | População total | LGBTQIA+ | Heterossexuais |
YouTube | 37% | 45% | 37% |
Televisão | 34% | 35% | 34% |
25% | 32% | 25% | |
Portal/site | 24% | 27% | 24% |
22% | 22% | 22% | |
Revistas/jornais | 20% | 24% | 20% |
18% | 17% | 18% | |
13% | 16% | 12% | |
Rádio | 11% | 10% | 12% |
Plataformas/Softwares | 2% | 2% | 2% |
Não sabe/não lembra | 7% | 10% | 6% |
Não busca informações nos meios estimulados | 20% | 15% | 19% |
“Essa é a primeira edição da pesquisa em que incluímos perguntas sobre a população LGBTQIA+”, afirma Marcelo Billi, superintendente de comunicação, certificação e educação de investidores da Anbima, em comunicado.
“É importante mensurarmos e darmos visibilidade a esses fatores na pesquisa para oferecermos informações que ajudem nas estratégias de representatividade, diversidade e inclusão dos mercados financeiro e de capitais”.
Sobre o 5º raio X do investidor
O raio X do investidor brasileiro é um levantamento anual da Anbima que, além do recorte por orientação sexual, traz também nuances por classe social, gênero, raça e geração — o que, segundo a Anbima, “possibilita um olhar abrangente sobre o comportamento financeiro dos brasileiros”.
A pesquisa da 5ª edição foi feita com entrevistas presenciais, nas cinco regiões do país, entre 9 e 30 de novembro de 2021. Foram entrevistadas 5.878 pessoas, de todas as classes sociais, com 16 anos ou mais.
A amostra considera que a parcela da população que investe foi de 1.761 entrevistados e os que procuram informações sobre o tema, de 1.522. A margem de erro da pesquisa é de um ponto percentual, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.