Mulher explica por que decidiu ser uma “sem-teto por opção”

Ela trabalhava como repórter e queria guardar dinheiro, mas pagando aluguel em San Francisco era impossível

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Em 2015, a repórter de rádio Krisstin Hanes estava empregada na KGO Radio quando decidiu ser sem-teto. Com trinta e poucos anos, ela preferiu viver dentro de seu carro em vez de pagar um aluguel de US$ 1.800 mensais em San Francisco – cidade cuja média de aluguel para apartamentos de um quarto é de US$ 3.280, segundo pesquisas.

Por quatro meses, ela e seu namorado dividiram o veículo para dormir. Eles dirigiam por campings e estacionavam durante a noite. Para guardar pertences, Hanes usava o armário de sua academia, onde também usava a internet e tomava banho. Ela alugou também uma unidade de armazenamento para manter as roupas.

“Só nos primeiros 40 dias, eu paguei uma dívida de US$ 3.700 e economizei US$ 2.500 em aluguel”, conta ela em seu blog, dividindo os pontos positivos de viver ao ar livre. Aos finais de semana, o casal fazia viagens com seu Toyota Prius. “Livres de aluguel ou da necessidade de fazer faxina, nós dois nos sentimos mais livres e próximos um do outro e da natureza do que jamais tínhamos nos sentido”.

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Nem tudo foram flores, ela conta. “Depois do trabalho, precisávamos pensar em coisas para fazer, já que não tínhamos cozinha, sofá, banheira ou cama”, relata. Normalmente, isso era resolvido com happy hours ou sessões musicais dentro do quarto onde mantinham as coisas guardadas – inclusive uma bateria.

Por escolha própria, ficar sem casa foi positivo para a jornalista. “Depois de quatro meses minha conta estava no azul. Paguei toda a minha dívida e tinha milhares separados para o futuro. Melhor ainda, eu aprendi muito sobre mim mesma. Eu aprendi que não preciso de muito para ser feliz. Eu aprendi como dormir em lugares pequenos. Eu aprendi que estar na natureza é quase sempre melhor que estar em um apartamento”, contabiliza. E conclui: “aprendi como é bom, no mercado com os aluguéis mais caros dos Estados Unidos, estar financeiramente livre”.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney