Brasileiros estão desestimulados a consumir por medo de piora no cenário econômico

Pesquisa apontou que apesar do aumento da renda nos últimos 12 meses, 60% da população quer cortar gastos

Heraldo Marqueti Soares

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SÃO PAULO – Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), em parceria com o Ibope, revelou que 60% da população brasileira planeja cortar gastos temendo piora na economia. O estudo “Retratos da Sociedade Brasileira: Hábitos de Consumo e Endividamento” também mostrou que embora a renda familiar de 87% da população tenha aumentado ou estabilizado nos últimos 12 meses, os brasileiros não se animam a consumir mais.

Segundo a pesquisa, feita com 2.002 pessoas em 141 municípios brasileiros, outro fator que desestimula as compras é o elevado nível de endividamento dos brasileiros – um total de 41% dos entrevistados do levantamento possuem dívidas, sendo que 42% desta porção já chegou ao limite de comprometimento do orçamento familiar.

Em relação aos devedores, 38% estão com prestações em atraso, sendo que mais da metade deles (55%) estão mais endividados em 2012 do que em 2011. A maioria das dívidas de empréstimos, financiamentos e parcelamento de compras são com os bancos: 41%. Outros 31% são diretamente com lojas e 29% das pessoas devem às administradoras de cartão de crédito; 15% correspondem às dívidas com financeiras. Já 8% estão inadimplentes com amigos e parentes.

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Juros
De acordo com a pesquisa, a redução dos juros não foi suficiente para estimular o aumento dos gastos. Entre os entrevistados, 58% afirmaram que não vão consumir mais por conta da queda de juros. Na pesquisa, foi relevante a opinião de que é mais importante a prestação caber no bolso do que os juros serem baixos. Além disso, 55% responderam que a melhor maneira de efetuar compras é ter dinheiro para pagar à vista, evitando assim os juros.

Renda
Em relação à renda, 28% disseram que alcançaram aumento da renda familiar nos últimos 12 meses, sendo que aqueles que possuem rendimentos superiores a dez salários mínimos foram os que atingiram mais ganhos (47% do total).

Apesar dos temores com a retração na economia, 86% acreditam que a situação financeira deve encerrar 2012 igual ou ainda melhor que no ano passado.