Pix impulsiona transações de pagamento, que crescem 40% em 2021

Celular foi responsável por 60% das operações de pagamento, contra apenas 8% das realizadas em agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos

Estadão Conteúdo

Pix no celular (Leo Albertino)

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A quantidade de transações de pagamento — com exceção do dinheiro em espécie — cresceu 40% em 2021 na comparação com 2020, para 58,8 bilhões de transações. Os dados são do Banco Central (BC), que atribui o forte crescimento ao sucesso do Pix.

O avanço foi de 27% em volume financeiro, para R$ 76,9 trilhões — o equivalente a 9 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Os dados são da publicação “Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil”, divulgado na terça-feira (22) pelo BC.

“O crescimento da quantidade total de transações (excluídas aquelas em espécie) observado em 2021, em comparação ao ano anterior, se deu, principalmente, pela adoção acelerada do uso do Pix pela sociedade, como nova alternativa para efetuar seus pagamentos”, afirmou o Banco Central em nota.

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A autoridade monetária destacou também a expansão do mercado de cartões: 34% do crédito, 18% do débito e 213% do pré-pago. Houve crescimento — discreto — no uso do débito direto (9%) e do boleto (9%) e redução no uso do cheque e nas transferências interbancárias e intrabancárias.

Pix passa o cartão

O Pix ultrapassou o cartão de crédito e de débito no quarto trimestre de 2021 em número de operações — e não parou de crescer, chegando a 5,469 bilhões de transações no fim do segundo trimestre deste ano. Já os cartões ficaram relativamente estáveis até o fim de junho, segundo o BC.

O sistema de pagamentos do BC também se destacou na quantidade de transações por tipo de instrumento de pagamento, atingindo o patamar de 16% dessas transações em 2021.

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Ele cresceu em detrimento de outros meios de pagamento, como o boleto (cuja participação caiu de 13% para 10%) e o débito direto (que diminuiu de 15% para 11%). As transações com cartões responderam por 51% dos pagamentos em 2021, uma leve redução de 2 pontos percentuais em relação a 2020.

Valor por transação

A TED (Transferência Eletrônica Disponível) foi o instrumento de pagamento com o maior valor médio por transação em 2021 (R$ 27.855), seguido pela transferência intrabancária (R$ 14.767) — o que mostra que esses têm sido as formas de pagamento para operações mais volumosas, segundo o BC. O valor médio das transações com boleto foi de R$ 1.322, contra “apenas” R$ 548 do Pix e R$ 86 do cartão.

Cartão pré-pago

O BC destaca que houve crescimento significativo do cartão pré-pago, com a participação crescendo de 6% em 2020 para 13% em 2021, principalmente devido às fintechs (instituições de pagamento).

“O cartão pré-pago é um relevante indutor de inclusão financeira que, junto com outros instrumentos de pagamento, vem promovendo acesso à digitalização de pagamentos e a transações de comércio eletrônico. É ofertado, principalmente, por instituições de pagamento (fintechs)”, diz o documento.

Digitalização pelo celular

O celular foi o principal canal para transações e consultas de extrato e saldo, em termos de quantidade, em 2021 (68% do total). Considerando apenas as operações de pagamento, o celular foi responsável por 60% das transações — as realizadas em agência, postos de atendimento e caixas eletrônicos (ATMs) representaram apenas 8% do total.

Na mesma direção, de maior digitalização, o porcentual de transações não presenciais com cartões de crédito subiu de 27,2% no fim de 2020 para 29,2% no fim de 2021.

Tarifas bancárias

Quanto às Tarifas de Intercâmbio (TIC) praticadas no mercado de cartões, todas têm apresentado relativa estabilidade nos últimos anos. A TIC do pré-pago era de 1,25% no fim de 2021, contra 0,54% no débito e 1,61% no crédito.

Em resolução editada recentemente, o BC estabeleceu um limite de 0,7% para a TIC no cartão pré-pago e de 0,5% no débito.