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SÃO PAULO – Quem nunca ouviu falar em seguros de carro por perfil? É comum ouvirmos o termo, mas muitas pessoas não necessariamente conhecem bem o seu significado. O seguro por perfil não passa de uma avaliação do valor do seguro do carro a partir das características do dono do veículo ou do principal motorista (aquele que utiliza o carro em 80% do tempo, em média).
Através de uma análise detalhada do perfil do motorista, a seguradora consegue apontar os grupos de maior risco no trânsito para aplicar um valor de seguro (prêmio) cabível para todos os tipos de motoristas.
Como é feito o cálculo do prêmio
Em primeiro lugar levam-se em consideração as características e estilo de vida do motorista, como sexo, idade, estado civil, se tem garagem ou não, se usa o carro para trabalho ou para lazer, se já danificou algum carro anteriormente etc. Neste sentido, a seguradora irá basear-se nestas informações e poderá baratear o custo do seguro do seu carro em até 50%, frente ao seguro convencional.
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Isto porque uma dona de casa, por exemplo, que usa o carro somente para fazer compras no supermercado ou buscar os filhos na escola possui chances muito remotas de danificar ou dar perda total em um carro. Já o filho que acabou de tirar a carteira de habilitação, tem um carro modelo esportivo, adora sair de madrugada com os amigos e não pensa duas vezes em deixar o carro estacionado na rua para economizar um “troco”, esse sim apresenta maior perigo para a seguradora e, portanto, pagará um valor de seguro bem maior que o de sua mãe.
Como é avaliado o risco?
Com estas informações em mãos, a seguradora avalia qual o risco efetivo de que este segurado venha a pedir indenização. Mas, como isso é feito? Simples, as seguradoras em geral possuem estatísticas próprias dos seguros contratados que levaram a um sinistro, ou seja, nos quais foi preciso pagar indenização.
Feito isso a seguradora calcula qual a taxa de sinistralidade, ou seja, quanto foi pago em indenização para cada R$ 1 em prêmio ganho, por sexo e faixa etária, por exemplo. Enquanto homens com idade entre 18 e 25 anos apresentam uma sinistralidade superior a 90%, mulheres com idade entre 35 e 45 anos, registram um sinistralidade de cerca 55%.
Em outras palavras, para cada R$ 1 de receita com prêmio na venda de seguro para homens jovens a seguradora deve pagar em média R$ 0,90 em indenizações. Já entre as mulheres com mais de 36 anos, o gasto com indenização cai para R$ 0,55. Esta diferença explica porque o custo do seguro para mulheres é bem menor que o dos homens: a seguradora ganha mais na venda para mulheres, pois corre menos risco de pagar indenização.
Mentir (ou omitir) pode trazer sérios problemas
Apesar de fazer praticamente um interrogatório, o corretor raramente irá pedir documentos que comprovem as informações prestadas por parte dos clientes. Deste modo, o contrato baseia-se praticamente na confiança da seguradora no sentido de acreditar que toda as informações prestadas por parte do cliente são realmente verdadeiras.
Vale lembrar que é muito importante ser o mais honesto possível na hora de preencher seus dados, pois se for constatada omissão nas informações você poderá até perder a indenização ao qual tem direito. Portanto, leia atentamente todas as cláusulas do contrato e não esqueça de incluir cláusulas que tratem de acordos verbais com a seguradora, assim você evitará qualquer mal entendido em caso de sinistro.
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Diante dos elevados prêmios que são cobrados de motoristas jovens (grupo considerado de maior risco), é comum “eleger” o motorista que será o principal condutor do veículo. Na maioria dos casos faz-se o seguro no nome da mãe, que utiliza o carro raramente e representa menor risco para as seguradoras.
Contudo, a prática pode ser perigosa, pois a ocorrência de sinistro com outro condutor freqüentemente acaba sendo alvo de investigações mais apuradas pela seguradora. Neste sentido, o risco de a omissão ser descoberta torna-se maior na mesma medida em que aumentam as chances de a indenização ser negada caso a prática seja descoberta.