Pandemia reforçou entrada de brasileiros no Sistema Financeiro Nacional, informa relatório do BC

Em 2020, o percentual de adultos com relacionamento com instituições financeiras, chegou a 96% - acima dos 85% registrados em 2018

Mariana Amaro

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SÃO PAULO – A pandemia que chegou ao Brasil em março de 2020 trouxe grandes desafios para a saúde, a sociedade e o sistema financeiro. No Brasil, houve, entre outras iniciativas, a introdução de um auxílio financeiro para parte da população: o Auxílio Emergencial, um programa do governo para distribuição de renda à população vulnerável. 

A distribuição desse auxílio teve como um dos efeitos imediatos a abertura de milhões de novas contas no sistema financeiro nacional, para que seus titulares pudessem receber o benefício. Isso é o que explica, em parte, o aumento significativo de novos relacionamentos com o sistema financeiro em 2020, de acordo com o Relatório de Cidadania Financeira (RCF), publicado hoje (11) pelo Banco Central, um estudo trienal do BC que traça o panorama da cidadania financeira no Brasil.

Em 2020, chegou a 96% o percentual de adultos com relacionamento com instituições financeiras. Além do grande número de abertura de contas, esse alto percentual é decorrente também da inclusão de contas não encerradas, mesmo aquelas com valores mínimos e sem registro de transação em um passado recente. 

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O ano de 2020 também trouxe outra novidade: uma maior diversificação nos tipos de instituições utilizadas pela população para abertura de contas. 

Os bancos seguem na dianteira, com o maior percentual de contas abertas e mantidas, mas de 2018 para cá, também cresceu muito o número de contas abertas em instituições de pagamento. 

O número de novas contas abertas nessas instituições apresentou um crescimento de 179%, enquanto, considerando todo o Sistema Financeiro Nacional, o crescimento foi de 49% nesse período. Instituições de crédito e mercado de capitais, além de bancos especializados e cooperativas também tiveram um crescimento em sua base de contas.

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No decorrer do ano, cerca de quatorze milhões de cidadãos começaram algum relacionamento com o sistema financeiro nacional. Entre 2018 e 2020, 261 milhões de novos relacionamentos foram criados, considerando que uma pessoa pode abrir uma conta com mais de uma instituição. Desses, 139 milhões abriram uma conta em um banco e 80 milhões em outras instituições financeiras. 

Menos agências, mais pontos de atendimento

Todos os municípios brasileiros continuam com pontos físicos de atendimento de serviços bancários. A diferença está no tipo de ponto de atendimento. 

O número de agências bancárias cai consistentemente desde 2018. Naquele ano, as agências bancárias somavam 21.184 por todo o país. Em 2020, esse número chegou a 18.901: uma redução de 10.,7% no total de agências. O mesmo aconteceu com postos eletrônicos de atendimento que tiveram uma redução de 6,4% na presença.

Em contrapartida, o número de postos de atendimento cresceu 13,5% e o de correspondentes cresceu 11%. Apesar da queda no número de agências no país, a concorrência por relacionamento aumentou. 

Ainda no que diz respeito ao relacionamento entre clientes e instituições financeiras, foi notada, em 2019, uma queda de 19% nas transações realizadas pelo internet banking, enquanto aquelas realizadas por telefones celulares aumentaram 56%. Essa tendência evidencia que a população, principalmente a parcela mais jovem, está cada vez mais conectada ao sistema financeiro pelo celular, utilizando aplicativos para realizar suas transações. 

Segundo a pesquisa do Observatório Febraban de setembro de 2020, denominada Brasil Online, os jovens com idade entre 16 e 24 anos são os que mais mencionam o uso de aplicativo para fazer transações bancárias (46%) e aqueles que mais acreditam que continuarão utilizando atendimento digital primordialmente mesmo após a pandemia (54%).

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.