Ômicron tem risco elevado de causar nova onda global de contaminações, diz OMS

Para entidade, os governos precisam estruturar a testagem e a vacinação em massa para conter os riscos da nova variante

Dhiego Maia

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A probabilidade de a ômicron, nova variante do coronavírus, se disseminar pelo mundo é alta, segundo alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgado nesta segunda-feira (29).

Identificada inicialmente na África do Sul, a ômicron fez disparar o número de infecções e óbitos no país e já foi encontrada no Reino Unido, na Alemanha, na Bélgica, na Itália, na Holanda, na Áustria, na Dinamarca, na República Tcheca e em Portugal.

As incertezas sobre o grau de transmissibilidade da nova variante vem sendo uma pedra no meio do caminho nos planos de retomada da economia em vários países, que estão voltando a endurecer as regras de convivência para a contenção de uma nova onda de contaminações.

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No Brasil, ainda não foi confirmada a presença da nova cepa entre pessoas contaminadas.

Neste domingo (28), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que um brasileiro com passagem pela África do Sul teve teste positivo para Covid-19.

O viajante desembarcou no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), e fez exames que buscam saber se a contaminação está associada com a ômicron.

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Para a OMS, a estratégia dos governos precisa estar concentrada em duas frentes: testagem em massa de suas populações, para averiguar se a ômicron está em ampla circulação; e na campanha de vacinação, para prevenir e reduzir a gravidade da Covid-19 entre pacientes que precisam ser hospitalizados.

Pesquisas científicas já descobriram que a ômicron possui um total de 32 mutações incomuns na proteína spike, parte do vírus que a maioria das vacinas usa para preparar o sistema imunológico contra a Covid-19.

Esse ritmo é, segundo os estudos, o dobro das mutações encontradas na Delta, outra variante altamente transmissível que foi a responsável pela onda global mais recente de contaminações e óbitos por Covid-19.

“As mutações [da ômicron] podem conferir potencial de escape imunológico e possivelmente vantagem de transmissibilidade”, disse a OMS. “Dependendo dessas características, pode haver surtos futuros de Covid-19, que podem ter consequências graves”.

Os pesquisadores buscam saber, agora, é se a ômicron é mais transmissível do que as demais cepas em circulação, se eleva a gravidade do quadro clínico entre as pessoas contaminadas e se ela é capaz de driblar a eficácia das vacinas em uso.

Para a OMS, a vacinação realizada pelos governos precisa alcançar, sobretudo, os grupos de alto risco que possuem uma grande chance de desenvolverem as formas mais graves de Covid-19.

Parte da Europa já vive um pesadelo por causa do que vem sendo chamado de “a pandemia dos não vacinados”. A Alemanha, por exemplo, precisou implantar regras duríssimas para conter os recordes diários de novas infecções causadas pelo coronavírus, devido ao seu índice de vacinação aquém do esperado, de 66%.

No Brasil, 76,6% da população recebeu a primeira dose de uma das vacinas disponíveis contra a Covid; outros 62,3% concluíram o esquema vacinal.

No documento tornado público nesta segunda, a OMS voltou a ressaltar aos países que o uso de máscara, o distanciamento social, além de se evitar aglomerações e ambientes fechados continuam sendo estratégias profiláticas, inclusive, no cenário em que uma nova variante se avizinha.

Dhiego Maia

Subeditor de Finanças do InfoMoney. Escreve e edita matérias sobre carreira, economia, empreendedorismo, inovação, investimentos, negócios, startups e tecnologia.