Olimpíadas de Tóquio: veja os “ativos” brasileiros que mais se valorizaram na “Bolsa de Valores olímpica”

InfoMoney e Olimpíada Todo Dia fazem análise de melhores e piores performances brasileiras. Veja recomendações de compra e venda para próximo ciclo olímpico

Olimpíada Todo Dia

Jogos Olímpicos de Tóquio 2020: tênis duplas feminino. Na foto, as atletas Luisa Stefani e Laura Pigossi após a conquista da medalha de Bronze inédita. Foto: Rafael Bello/COB

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No último domingo (8), encerraram-se os Jogos Olímpicos de Tóquio. Desde antes do início do maior evento esportivo mundial, o Olimpíada Todo Dia, maior portal de conteúdo do Brasil em esportes olímpicos, fechou uma parceria com o InfoMoney para a cobertura dos Jogos. Desde então, a equipe vem monitorando a “Bolsa de Valores Olímpica de Tóquio”, trazendo informações do mundo esportivo com um linguajar mais adaptado ao do mercado financeiro.

Quem acompanhou o trabalho pôde saber de antemão quais os prováveis medalhistas do Brasil no dia, através da Carteira Olímpica, e entendeu que a mesma volatilidade encontrada no mercado financeira é vista no evento. Muitos atletas favoritos performam abaixo do esperado, e veem seu “valor de mercado” diminuir. Outros surpreendem e explodem na bolsa, tal qual uma small cap. Na carteira, acertamos na escolha de Ítalo Ferreira sobre Gabriel Medina, mas também erramos ao optar pelo vôlei masculino, por exemplo.

Passada a realização dos Jogos, é hora de fazer um balanço final para o Brasil. E assim como é feito mensalmente no InfoMoney, traremos aqui os “ativos” olímpicos brasileiros que mais se valorizaram e os que mais perderam valor durante esses 14 dias. Em suma, as maiores altas e maiores baixas olímpicas do país.

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Se traçássemos um paralelo da participação do Brasil na Olimpíada com o índice Ibovespa, poderíamos dizer que os investidores estariam sorrindo de orelha a orelha. Isso porque o Brasil bateu todos os recordes possíveis, mesmo em um ciclo olímpico no qual o investimento caiu de maneira drástica desde o fim dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Isso seria, na realidade do mercado, como se, ao final de 2021, o Ibovespa batesse 140 mil pontos com 90% da população vacinada com duas doses contra a Covid-19.

Em Tóquio, o país fez sua melhor participação da história dos Jogos. Ao conquistar 21 medalhas, bateu o recorde estabelecido no Rio de Janeiro há cinco anos (lá, foram 19 no total). Além disso, igualou recorde total de número de medalhas de ouro, com sete ao todo. A campanha de 7 ouros, 6 pratas e 8 bronzes colocou o Brasil na 12ª colocação no quadro geral de medalhas, melhor posição em todas as participações verde-amarelas.

Assim como ocorre no mercado financeiro, nem todos os ativos olímpicos brasileiros se valorizaram nessa subida histórica nos Jogos Olímpicos. Houve modalidades que deixaram a desejar, mas cujo desempenho abaixo do esperado foi compensado por outros esportes que entregaram bem mais.

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Trazemos abaixo aqueles ativos que explodiram e vivem sua máxima histórica na bolsa, e outros que estão na luta para render mais que o CDI. Durante três dias, listaremos os ativos olímpicos que tiveram uma supervalorização; os que se valorizaram e desvalorizaram pouco; e aqueles que tiveram desempenho bastante fraco. Começaremos com as maiores altas:

Maiores Altas

Boxe

Se todos os esportes brasileiros estivessem listados em bolsa, o investidor que apostou alto no boxe até o início da modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio teria feito grande fortuna hoje. Sem o alarde de esportes olímpicos tradicionais como vôlei, futebol, vela e judô, além dos estreantes skate e surfe, que a mídia já noticiava que traria alegrias ao país, o boxe foi comendo pelas beiradas e se tornou a principal modalidade do Brasil nas Olimpíadas.

Apenas sete atletas se classificaram para os Jogos. Eles, no entanto, foram responsáveis por trazer três medalhas (uma de ouro com Hebert Conceição, uma de prata com Bia Ferreira e uma de bronze com Abner Teixeira). Além disso, dois outros atletas foram derrotados apenas nas quartas de final (sendo um deles com um resultado bastante controverso). De longe, foi a melhor campanha da história do boxe, superando Londres 2012 (uma prata e dois bronzes) e a Rio 2016 (um ouro).

Se formos fazer uma análise marco que explique o sucesso boxe, veremos quatro pilares: Trabalho, organização, dinheiro bem investido e talento.

Depois do bronze conquistado por Servílio de Oliveira na Cidade do México, em 1968, o país ficou longos 44 anos sem pódio. Mas a partir de Londres 2012, o cenário mudou completamente e a modalidade se tornou uma das que mais conquistam medalhas. Com as três obtidas em Tóquio, o esporte chega a sete medalhas nas últimas três Olimpíadas, número inferior apenas ao do judô, que ganhou nove no mesmo período.

Se fosse um ativo listado em bolsa, a recomendação seria de compra para o boxe, ainda que o ativo viva sua máxima histórica. A existência de uma seleção permanente, a chegada de novos talentos através de projetos sociais, a juventude da seleção atual e a exposição que o esporte teve na mídia após a Olimpíada são fatores que garantiriam o sono do investidor.

Tênis

Se o tênis brasileiro fosse listado em bolsa, o investidor que tivesse optado por colocar grande volume de capital no esporte antes das Olimpíadas estaria hoje milionário. O boxe ainda teria recomendação de compra por parte dos melhores analistas, mas o tênis não.

A medalha do tênis não só foi a mais inesperada da Olimpíada, como também a mais surpreendente em toda a história do país na história dos Jogos. Luisa Stefani e Laura Pigossi só participaram por conta de desistências de duplas mais bem ranqueadas e receberam o convite para estar no torneio de Tóquio uma semana antes de seu início.

A esperança do tênis brasileiro estava com os experientes Bruno Soares e Marcelo Melo, que, por duas vezes, caíram nas quartas de final olímpica. Bruno, no entanto, sofreu apendicite a caminho do Japão e ficou de fora dos Jogos. Se estivéssemos pensando na bolsa olímpica, a recomendação de venda para o tênis àquela altura seria mais do que óbvia.

Luisa e Laura, no entanto, surpreenderam a todos. Foram ganhando das cabeças de chave, enfrentando sempre tenistas experientes e de destaque no cenário internacional. Isso tudo sem o alarde da grande mídia. O torneio de duplas do tênis feminino só teve transmissão da televisão brasileira na partida na qual a medalha de bronze foi disputada. Nem nos muitos sinais fornecidos pelo Comitê Olímpico Internacional e retransmitidos pelo Globoplay foi possível assistir às brasileiras. Ou seja, o investidor que seguiu apostando na modalidade não só obteve grandes retornos, como também surfou a onda praticamente sozinho.

Na semifinal, as duas chegaram a abrir 4 a 0 no primeiro set, mas tomaram a virada. Sem se abalar, voltaram à quadra um dia depois para encarar uma ex número 1 do mundo e campeã de Grand Slams de duplas femininas e de duplas mistas (inclusive com Bruno Soares). De virada e salvando quatro match points, as duas levaram uma épica medalha de bronze.

Apesar dessa heroica conquista, se o tênis estivesse listado na bolsa brasileira, a recomendação seria neutra. Luisa Stefani é a melhor tenista do brasil atualmente – tanto que já voltou a competir e foi vice-campeã do WTA de San Jose, na California – , mas não faz dupla com Laura Pigossi e sim com atletas estrangeiras. No masculino, os grandes nomes seguem sendo Marcelo Melo e Bruno Soares nas duplas, mas os dois se encaminham para a reta final da carreira.

Nos torneios individuais, não há nenhum nome de grande destaque e, a não ser que um “novo Guga” ou uma “nova Maria Esther Bueno” exploda nos próximos anos, o Brasil, na teoria, dificilmente repetirá a medalha olímpica em Paris. O ponto positivo é que a dupla Laura e Luisa mostrou que teorias e previsões não ganham absolutamente nada.

Skate e Surfe

Modalidades estreantes nos Jogos Olímpicos, skate e surfe foram fundamentais para que o Brasil quebrasse o recorde de medalhas. Foram quatro no total somadas (Ouro de Ítalo Ferreira no surfe e pratas de Rhayssa Leal, Kelvin Hoefler e Pedro Barros no skate). Sem elas, a campanha do Brasil seria de 6 ouros, 3 pratas e 8 bronzes, somando 18 totais, número pouco abaixo da campanha do Rio.

Mais do que o número de medalhas, o skate e o surfe caíram no gosto do espectador brasileiro. Modalidades que antes eram vistas como “coisa de vagabundo e maconheiro” ganharam respeito geral por demonstrar valores humanitários e olímpicos. O fato de os skatistas torcerem e aplaudirem as manobras de seus rivais enquanto alguns torcedores urravam na frente da TV para que crianças caíssem do skate diz muito sobre o espírito esportivo.

A valorização do ativo não atinge a do boxe, no entanto. Era esperado um resultado um pouco melhor. No surfe, o quarto lugar de Gabriel Medina (que teve bastante polêmica em relação à arbitragem) e a eliminação nas quartas de final de Tatiana Weston-Webb só não foram frustrantes porque Ítalo Ferreira levou o ouro. No skate, Letícia Bufoni, Luizinho e Pâmela Rosa (essa última, machucada) tinham condições de chegar ao pódio.

Ainda assim, o resultado foi excelente e o interesse pelas modalidades deve crescer ainda mais pensando nos Jogos de Paris. Se o investimento se mantiver, o Brasil deve chegar à capital francesa com o objetivo de ampliar o já excelente desempenho. É importante dizer que a tendência é que outros países sem tradição na modalidade invistam em skatistas visando os Jogos de Paris 2024 e Los Angeles 2028. O Brasil, portanto, terá o dever de seguir apostando na modalidade, para que não ocorra o mesmo que houve com o vôlei de praia.

Natação

No mercado, muitos analistas recomendam que o investidor segure um ativo com preço descontado sabendo que, no longo prazo, o prejuízo pode virar lucro. No mundo esportivo, isso seria perfeitamente aplicável a natação.

Há cinco anos, o Brasil saía das piscinas do Rio sem uma medalha pela primeira vez desde os Jogos de Atenas 2004. A frustração foi grande, principalmente se levarmos em conta que nadar diante da torcida faz grade diferença.

Se fosse um ativo, a natação provavelmente seria abandonada pelo investidor impaciente. Aquele que apostasse no longo prazo, no entanto, teria a recompensa em Tóquio. No Japão, foram conquistadas três medalhas (uma de ouro com Ana Marcela Cunha na maratona aquática e duas de bronze – Fernando Scheffer nos 200m livre e Bruno Fratus nos 50m livre). Foi a melhor participação da história da modalidade.

Indo um pouco além das medalhas, vemos que 3 recordes sul-americanos foram batidos e que mais de 60% dos nadadores fizeram suas melhores marcas na temporada nas Piscinas de Tóquio.

A valorização, no entanto, não foi tão alta quanto a dos três ativos citados anteriormente. Apesar das três medalhas, o número de finais em Tóquio foi inferior ao do Rio (6 contra 8) e a natação feminina deixou muito a desejar. Nenhuma mulher sequer chegou a uma final ou semifinal, nem em provas individuais e nem nos revezamentos.

Se fosse um ativo, a recomendação para a natação seria de compra. Os melhores resultados em termos de tempos vieram de Fernando Scheffer, bronze nos 200m livre, e de Guilherme Costa, único brasileiro a nadar três provas diferentes nas piscinas. Ambos são novos, assim como muitos outros da seleção. Todos estarão mais maduros e experientes em Paris. Ontem, Bruno Fratus confirmou que seguirá na briga pela Olimpíada daqui há três anos.

A preocupação fica por conta da natação feminina, historicamente escanteada e desprestigiada. O ponto positivo é que desde o ano passado, as mulheres formaram um grande grupo que abriga quase a totalidade das nadadoras brasileiras e conta ainda com a ajuda de ex-atletas no intuito de dialogar com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos em busca de melhores condições de treino e competições.

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