Nova chance: o icônico balde de frango da KFC ressurge em São Paulo

Desafio agora é reconquistar um dos públicos mais exigentes do País, atualmente o foco da empresa

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SÃO PAULO – De cara nova e gestão da BFFC, que, no Brasil, detém as marcas Bob´s e Pizza Hut, uma das redes que mais deixou saudade nos paulistas, o KFC, retorna a São Paulo. Um ícone, o balde de frango da marca é vendido em mais de 109 países e territórios. O desafio para a KFC, agora, é reconquistar um dos públicos mais exigentes do País.


Marca global traz um cardápio adaptado ao paladar do brasileiro

Para tanto, o gerente-geral da KFC, Fabiano Lima, aposta em um cardápio adaptado ao paladar do brasileiro, com refeições de prato e sanduíches. Além disso, ele se entusiasma com uma nova marca da empresa, o Krusher´s, uma bebida à base de leite, comercializada em quiosques da marca.

A ideia do quiosque é uma inovação brasileira, garante Lima, porque, até então, em nenhum lugar do mundo podiam ser encontrados quiosques da KFC. No caso específico do Brasil, ele afirma que quiosques são uma força dentro dos shoppings. O objetivo é fechar o ano com três quiosques, sendo que alguns serão adaptados dentro dos restaurantes, em um modelo de operação casada.

“O objetivo é conquistar um novo público e incrementar as vendas”, explica o gerente. “Com o Krusher´s, especificamente, a expectativa é de crescimento de 12% nas vendas de bebidas da KFC”.

Inauguração

A primeira loja em São Paulo, localizada na cidade de Osasco, foi inaugurada durante o feriado prolongado do Dia dos Namorados, com intensa movimentação de pessoas.

“Recebíamos muitas solicitações do público paulista para abrir uma loja da KFC. Mas precisávamos planejar com tranquilidade, para garantir que a volta fosse em grande estilo. Acreditamos que conseguimos isso. A ambientação foi estudada detalhadamente e temos certeza de que os clientes vão aprovar”, explicou Lima.

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“Ambientação foi estudada detalhadamente”, explica Fabiano Lima

Trajetória da marca no Brasil

Esta já é a terceira investida da marca no País. A primeira foi na década de 1970 e a segunda, nos anos 1990. Questionado do porquê a KFC deixou o Brasil, da última vez que por aqui esteve, Lima afirma que apenas olha para frente. O passado ficou para trás. Mas sublinha que, antes, a corporação era da Pepsico, de forma que a gestão tinha outra cara. “No fim da década de 90, a Pepsico decidiu não operar mais em alguns países, e, entre eles, estava o Brasil”, diz, minimizando a importância da questão.

Foi em 2003 que a Yum! Brands trouxe a KFC de volta ao Brasil, mas São Paulo ficou de fora dessa incursão. Em 2007, a BFFC fechou negociação com a Yum! Brands para administrar a marca em terras verde-amarelas, com operações próprias e franquias. Em pouco mais de um ano, foram abertos mais cinco pontos-de-venda, totalizando oito lojas da marca no Rio de Janeiro. Agora, a expectativa é fechar 2009 com mais cinco restaurantes no País, e 2010 com mais 13.

O gerente explica que o foco principal da empresa hoje é São Paulo. “É um grande mercado. E deixamos clientes ´carentes`, no passado. Pretendemos reconquistar esse público”, justifica.

As chances da marca

Na opinião do especialista em Marcas, José Carlos Pires Pereira, sócio da Kriando Branding Design, a KFC não deixou uma imagem negativa quando deixou o País nos anos 90. O que aconteceu é que o negócio não se mostrou economicamente viável.

“De maneira geral, as pessoas não achavam os serviços do restaurante ruins”, explica, ao enfatizar que o sucesso da retomada da operação em São Paulo dependerá de sua adaptação à cultura local. “Como hoje a KFC é um dos maiores exemplos de adaptação a diferentes costumes, acredito que conseguirá êxito na praça paulista”.

Ele lembra que, na China, um país de difícil penetração, com uma população de costumes e hábitos alimentares muito peculiares, há muito mais lojas da KFC do que do McDonald´s. O mesmo acontece nas Filipinas. “Sem dúvida, é uma marca forte. E seu crescimento na última década deve-se às adaptações feitas em cada região”.