Crédito educativo combate inadimplência e evasão das universidades

Segundo o IBGE, em 2006, 76,4% dos estudantes freqüentavam universidades particulares

Patricia Alves

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SÃO PAULO – A opção dos estudantes brasileiros pela rede particular no ensino superior vem se intensificando. Segundo a “Síntese dos Indicadores Sociais 2007 – Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira”, divulgada nesta sexta-feira (28) pelo IBGE, em 2006, 76,4% dos estudantes freqüentavam universidades particulares e apenas 23,6% estavam em estabelecimentos públicos.

No entanto, a falta de recursos ainda é um grande empecilho para muitos estudantes, que acabam inadimplentes ou deixando a universidade, o que causa prejuízo para as instituições.

Crédito educativo

Para ajudar o setor, o Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo) firmou parceria com o Instituto Educar, que oferece um programa de crédito educativo sem juros. “Trata-se de uma alternativa estratégica para manter a expansão das Instituições de Ensino Superior (IES), já que, com ela, é possível trabalhar as vagas ociosas”, comentou o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.

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De acordo com levantamento da entidade, a inadimplência nas instituições privadas no estado de São Paulo chegou a 23,2% em 2006, contra 21,5% registrados no ano anterior.

Como funciona o programa

O crédito do Instituto Educar oferece ao estudante um auxílio de 50% do valor da mensalidade, que deverá ser pago após a formatura, sem juros, respeitando o valor cobrado pela instituição na época da amortização.

Durante o curso, o estudante é responsável pelo pagamento dos outros 50% mensais e por uma taxa de administração, que corresponde a 5% do valor da semestralidade e deve ser paga duas vezes por ano.

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Por exemplo, caso a mensalidade custe R$ 500, o aluno arca com R$ 250 por mês mais R$ 150 a cada seis meses, sendo que estes últimos, quando pagos em dia, têm desconto de 20%.

O saldo devedor deve começar a ser pago depois de três meses da formatura, durante o mesmo período de contratação do crédito. Ou seja, se o aluno cursou os quatro anos da faculdade com o benefício, terá quatro anos após a conclusão do curso para quitar a dívida.

De acordo com o Ministério da Educação, há mais de 3 milhões de brasileiros excluídos do ensino superior. “Estas pessoas, em geral das classes C e D, precisam de apoio para ter acesso à educação. Portanto, cabe às instituições de ensino colocar em prática estratégias para captar e manter um novo perfil de alunos”, afirma a diretora administrativa do Instituto Educar, Andréia Torres Marques.

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Inscrição

Para participar do programa, o interessado deve fazer a inscrição no site do Instituto (www.institutoeducar.com.br), onde também estão as informações sobre as instituições que já aderiram ao programa.

De acordo com Andréia, cerca de 20 instituições espalhadas por 13 estados brasileiros firmaram parceria com o Instituto. “O grande diferencial, além da ausência de juros, é que o aluno pode se inscrever antes mesmo de prestar vestibular”, afirmou a diretora. Segundo ela, muitos estudantes deixam de fazer a prova por saberem que não terão condições de arcar nem com a matrícula. “Com o programa do Instituto, o aluno já vai para o vestibular sabendo que o crédito foi, ou não, aprovado”, justifica, afirmando que a análise leva em conta o perfil socioeconômico do interessado.

Fies

Termina nesta sexta-feira o prazo de inscrição para o 2º processo seletivo do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) de 2007.

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Podem se candidatar estudantes regularmente matriculados em instituições privadas, cadastradas no Fies e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação. Até a última quinta-feira (27) o programa havia recebido cerca de 90 mil inscrições.

O Fies, operacionalizado pela Caixa Econômica Federal, beneficia estudantes sem condições de arcar integralmente com os custos de sua formação. A inscrição pode ser feita pela internet. Mais informações no site do Ministério da Educação (www.mec.gov.br).