Com um bom planejamento, você pode viver de renda

Combinação de planejamento orçamentário e disciplina no controle de suas aplicações permite que você viva de renda sem arriscar seu patrimônio

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Você já parou para pensar que suas economias já podem ser suficientes para garantir uma renda mensal até o final de sua vida? Mesmo que você considere que já acumulou um patrimônio suficiente, é preciso cautela, pois, como já discutimos anteriormente, dependendo da forma como investir esses recursos e do seu padrão de resgate ele pode acabar não durando o tempo necessário.

Quanto ao resgate dos recursos, faça as contas com calma: só saque o retorno obtido depois de descontar a variação dos preços e todos os impostos. Na maioria dos investimentos, o recolhimento dos impostos é feito na fonte, mas em alguns casos não funciona assim, e você não pode correr o risco de sacar mais do que deveria.

Considerando que você já acumulou o patrimônio adequado e que ainda lhe restam alguns anos para se aposentar, então certamente em sua estratégia de investimento você poderá arriscar um pouco mais. Ao investir o seu patrimônio, sua preocupação deve ser não apenas preservar, mas também fazer o seu patrimônio crescer. A decisão de quanto alocar para preservação versus alavancagem do patrimônio vai depender do seu perfil enquanto investidor, do quanto já acumulou, e quanto tempo ainda tem até se aposentar.

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Não invista apenas em imóveis. Diversifique!
Mesmo que você já tenha acumulado um patrimônio significativo, uma coisa é certa: nunca coloque todos os seus ovos em uma única cesta! Muitas pessoas que planejam viver de renda investem todas as suas economias em imóveis, na crença de que se trata de um investimento sem risco e de retorno garantido. Não é bem assim!

Investir em imóveis implica, sim, em riscos. Além da inadimplência, do inquilino não pagar o aluguel – o que certamente não ocorre nas aplicações em renda fixa – você corre o risco de vacância. De maneira simplificada, é possível considerar que o risco de vacância equivale ao risco de liquidez, de você não conseguir alugar o imóvel, e, portanto, não receber a renda esperada.

Mais ainda, caso o imóvel não seja alugado, cabe ao proprietário arcar com custos de condomínio, manutenção e IPTU do imóvel, o que reduz significativamente o retorno da aplicação. O maior problema é que, além de embutir alguns riscos, o aumento da oferta de imóveis para locação, sobretudo nos grandes centros, pressionou os aluguéis. Atualmente, é possível alugar um imóvel usado por algo como 0,6%-0,8% do seu valor, o que uma vez descontado o imposto de renda oferece retorno inferior ao da poupança, cujo risco é menor.

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Diante disso, fica fácil entender que, independente do tamanho do seu patrimônio e perfil de risco, não se recomenda direcionar mais do que 30% das suas economias em imóveis, pois se trata de um investimento de pouca liquidez e você pode ter dificuldades para conseguir seu dinheiro de volta caso precise. Ainda que, ao investir em fundos imobiliários, esteja menos exposto a esses riscos, ainda assim não se pode negligenciar o risco de liquidez desta aplicação.

Preservando seu patrimônio e sua renda mensal
Para quem ainda não juntou o suficiente ou é conservador por natureza, sua maior preocupação deve ser a manutenção do seu patrimônio. Neste caso, uma boa opção de investimento é a renda fixa.

Por mais que os juros estejam em queda, o retorno deste tipo de aplicação ainda é bastante atrativo, sobretudo quando levamos em consideração aspectos como liquidez e retorno ajustado para o risco. Uma opção interessante na renda fixa é o investimento através do Tesouro Direto, em títulos públicos. De maneira geral, o retorno não é tão distinto daquele oferecido por boa parte dos fundos DI e de renda fixa, e os custos envolvidos são bem menores.

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Mas, como o nome do jogo é diversificação, pode valer a pena direcionar uma parcela dos recursos para aplicações em fundos de renda fixa do tipo crédito, por exemplo. A diferença entre eles e os fundos de renda fixa tradicional é que, por aplicarem parte dos recursos em títulos de renda fixa privada, em geral obtém um retorno mais atrativo.

À medida que se patrimônio cresce, é possível reduzir a parcela direcionada a aplicações mais conservadoras. Porém, caso pretenda viver de renda, é preciso direcionar ao menos 75% das suas economias para aplicações voltadas à preservação do patrimônio. O porcentual exato e a forma como irá diversificar estes recursos dentre as aplicações discutidas acima vão depender do quanto acumulou e do seu perfil como investidor.

Como fazer seu patrimônio crescer?
A parcela das suas economias destinada a aumentar o valor do seu patrimônio no longo prazo deve ser aplicada em investimentos de maior rentabilidade e, conseqüentemente, maior risco, como por exemplo, investimento direto em ações, fundos de ações, fundos multimercados, etc.

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Como o risco de investir em ações diminui quanto mais longo o período em que você deixa o dinheiro investido, você só deve aplicar em fundos de ações e derivativos a parcela das suas economias destinada a investimentos no longo prazo. Em outras palavras, recursos que não pretende sacar por pelo menos dois anos. A razão para isso é bastante simples: o investimento em ações implica em forte volatilidade.

Para se ter uma idéia, o principal índice da bolsa, o Ibovespa, amargou perdas por três anos consecutivos, 2000, 2001 e 2002 – período em que acumulou uma desvalorização de 35%. Desde o início de 2003, contudo, o mesmo índice já acumula alta de mais de 200% e, ainda assim, muitos analistas estão otimistas e projetam um crescimento de quase 15% para o Ibovespa até o final de 2006, o que levaria o índice superar a barreira a 41 mil pontos.

Este desempenho deixa claro que quem não pôde esperar a recuperação de 2003, pois precisava sacar o dinheiro em 2002, acabou registrando perdas, que teriam sido facilmente compensadas, não houvesse a necessidade do saque. Como a maioria dos investidores não se destaca pela frieza ao investir, nossa sugestão é que no máximo 25% dos seus recursos sejam destinados ao investimento no mercado acionário.

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Além dos fundos indexados ao índice IBr-X, outra boa opção é investir nos fundos multimercados com renda variável, que limitam o investimento em bolsa a 49% da sua carteira. Para quem prefere montar sua própria carteira de ações, a melhor sugestão é dar preferência as que pagam bons dividendos, ou seja, aquelas que retornam uma boa parcela dos seus lucros para os acionistas na forma de dividendos.

O investimento em ações deste tipo é menos arriscado, pois pode ser quase comparado ao investimento em renda fixa, com os dividendos sendo equivalentes ao pagamento de juros na renda fixa. Dentre as empresas com este perfil podemos citar: Telesp, Souza Cruz, CSN, Telemar Norte Leste e AmBev.

A combinação de um bom planejamento orçamentário, de forma a evitar gastos desnecessários, com grande disciplina no controle de suas aplicações, deve ajudá-lo a continuar vivendo de renda sem colocar em risco o seu patrimônio.